sábado, dezembro 08, 2007

Bauhaus está pronto

O Bauhaus anunciou que lançará seu primeiro disco em 24 anos e avisa que também este será o último. Já há uma data de lançamento prevista, dia 10 de março de 2007. 'Go Away White' é o nome do trabalho. É esperar pra ver.

quinta-feira, dezembro 06, 2007

Listas de Revistas - Acreditar ou não?

Com certeza você já abriu uma revista, folheou-a, e se atentou à uma matéria que estampava em letras garrafais: OS MELHORES DISCOS DA HISTÓRIA ou OS MELHORES DISCOS DO ANO ou algo semelhante. Você com certeza, olhou de cabo a rabo, visualizou umas 5 bandas que tiveram um lugar justo e só. Sim, justiça é o que menos se vê numa lista de revista. NME, Rolling Stone, Mojo, Q, Uncut entre outras sempre conseguem de forma incrível, dar uma mancada incrível. Tudo bem, não precisa falar, eu sei que isso é uma questão relativa, que opinião é como cu, todo mundo tem o seu. Mas numa lista de revista deve-se primar pelo bom senso, baseado num conhecimento aguçado de música, afinal, quem trabalha nessas revistas DEVE saber sobre música, associar influências, diferenciar um disco do outro e todo o roteiro de quem se arrisca a escrever sobre música. Mas ao passar dos anos, não há resquícios de bom senso na imprensa musical, graças a lançamentos de 'pesquisas' muito parciais, sem lógica e explicação. O que eu acho mais engraçado é o modo que eles atribuem credibilidade total à uma pesquisa entre leitores. Um exemplo que não é da música. A FIFA fez uma pesquisa em seu site, entre os internautas, para saber quem é o melhor jogador de todos os tempos. Por mais que tenha gente que ache o Maradona melhor que Pelé, é indiscutível a supremacia do brasileiro nas opiniões pelo mundo todo. Mas o Maradona ganhou. Por que? Ora, os Argentinos lotaram a internet, travaram o servidor da FIFA com tantas visitas e votos. Democrática, não? Muita gente que tem sua opinião não pôde votar, e ficou nisso. Claro que existe o fator da rivalidade Brasil x Argentina, é uma questão quase diplomática. Mas é um exemplo do sistema pífio que a FIFA escolheu (e que muitas revistas insistem).

Outro erro bastante comum é entregar nas mãos de apenas um crítico a missão de compilar uma lista. Lembro que em 2004, eu havia comprado a Playboy da Juliana Paes e eu não sabia se olhava pra bunda dela ou pra lista dos cem melhores discos do rock pela história. Enquanto me deliciava com as curvas da Juliana, me horrorizava com a parcialidade do Thales Menezes. Fã do Clash, ele colocou todos os discos da banda na lista, não relacionou por exemplo Rush (reclamação dos leitores) ou Radiohead (minha reclamação). Colocou o Sgt. Peppers em terceiro, em segundo lugar, pamem, Beggar's Banquet dos Rolling Stones (eles têm discos melhores) em segundo e em primeiro, obviamente colocou London Calling do Clash. Santo deus, o Clash é foda, o London Calling é um dos discos da minha vida, mas ficou ridículo como ele puxou o saco, como nem se esforçou para camuflar a tietagem descontrolada dele (semelhante ao amador do Lúcio Ribeiro que ao escrever sobre música, parece uma fã dos Beatles, lunática, estérica). Não houve nenhuma satisfação sobre os critérios que ele tomou, ele apenas foi arremessando discos pra ver no que dava. Se deu mal. Na edição posterior, havia gente xingado ele de burro, desmiolado, desinformado, moleque entre outras coisas. Gostei muito.

O esquema ideal é juntar um grupo de críticos, solicitar uma lista pessoal de cada um e depois, ligar as listas entre si e ver quais bandas coincidem nas melhores posições de todas as listas. É só somar a pontuação do artista, levando em conta notas decrescentes - por exemplo, numa lista de 50 discos, o 1º de uma lista ganha 50 pontos, o 2º ganha 49 e assim sucessivamente até que o 50º ganhe apenas um ponto. Não é complicado. Aí sim, há um sistema confiável entre um pleito especializado, que conhece da história e anda antenado com a atualidade.

Um dos exemplos mais recentes que posso citar é o da NME, revista renomada da Inglaterra, é uma referência principalmente quando o assunto é rock. De repente eles têm uma mirabolante idéia: fazer uma pesquisa com dois mil leitores pra saber quem foi o melhor rock star da história. O desastre era iminente e o resultado da pesquisa exibiu a catástrofe: primeiro lugar na lista de maiores rockstars da história ficou Kurt Cobain e em segundo (!) Pete Doherty! Você pode gostar de Libertines ou Babyshambles, pode até rir com a desgraça contínua que é a vida desse pobre diabo. Mas Pete Doherty não devia estar nem entre os cem maiores, que diria estar no segundo posto! E aí fica a questão: será que a NME está tão segura de sua credibilidade, de seu nome a ponto de lançar um embuste desse? Se eu fosse editor da revista, ao ver o resultado, vetaria na lata!

- Mas sr. Felipe, os internautas votaram, querem saber quem ganhou!
- Foda-se, veta essa bosta, Smith! Sabe o que está em jogo? A marca NME! Poe uma nota no site e pronto!
- Sim, senhor. Mas...
- Smith, vai pegar um café pra mim, vai...

Mas os editores hoje querem vender e foda-se a confiança. Tudo bem. É um erro (leia-se cagada) em meio a muitos acertos. Estão perdoados.

Já a revista Blender se desvencilhou dos braços (ou mouses) dos internautas e juntou cinco especialistas para montar a lista dos cem melhores álbuns do rock alternativo. O Pavement ganhou com o clássico Slanted and Enchanted (dura batalha contra outro gigante que ficou em segundo, o Daydream Nation do Sonic Youth). Não vou dizer que concordei em tudo, até porque há um absurdo coberto de hype, ali no sexto lugar: Funeral do Arcade Fire. Antes que os indiezinhos de plantão me apedrejem, deixem que eu explane o porquê da minha revolta. Embora seja um álbum espetacular, aclamado por críticos, músicos lendários como Bowie entre outros, acho que um álbum precisa de um tempo num "barril de carvalho" pra se tornar um grande trabalho, que influencie novas bandas e artistas. Funeral poderia angariar o 30º lugar sem problemas, mas 6º? Nem a pau, Nicolau (sim, eu mudei). Me irritei com o Bee Thousand do Guided by Voices ficar apenas com o modesto 31º lugar, sendo que esse disco influênciou muitos dos sons que ficaram à frente dele e não é só questão de influência, é questão de inovação e qualidade. Ah! Radiohead e Beck ficaram de fora! Bem, deixem eu voltar pro assunto principal. Por mais que haja chiadeira com os resultados, eles serão menores, bem menores que uma lista lucioribeirista(baseada na tietagem frenética) de alguns milhares de leitores, que às vezes nem sabem que existe Sonic Youth e acha que U2 é indie.

Se eu for citar exemplos, faria o maior artigo da internet, uma tese. Mas o que importa é analisar e dar o devido crédito à pesquisa. Não se iluda porque a Rolling Stone disse que alguns discos merecem estar numa lista de 50 melhores. Nem sempre eles têm razão. Embora seja uma bagunça a lista de internautas, às vezes essas revistas juntam jornalistas, que parecem estar bêbados ao escrever (ou cheio de grana de gravadora nos bolsos), para montar listas ou escrever resenhas. Na verdade, a mensagem desse post é "não acredite em tudo que você lê". Se quiser, não acredite em mim também.

segunda-feira, setembro 03, 2007

Excellent Italian Grayhound - Shellac


É incrível como o Shellac não muda. E isso é bom, muito bom. É incrível como o experimentalismo, por mais que esteja afiadíssimo, continua seguindo a mesma linha, desbravando nova musicalidade, novos ambientes musicais. Excellent Italian Grayhound explora todo o caos das mentes de Steve Albini, Bob Weston e Todd Trainer. Os berros de Albini, que entoam as letras magníficas do disco se entrelaçam com as pancadas firmes da bateria de Trainer e as imponentes dedilhadas de baixo de Weston cobrem o som com a sensação do medo, da euforia coletiva... Shellac é isso. E nunca deixou de ser isso.

Eu estava comentando com um amigo, o Ulisses Barbosa, sobre o experimentalismo do Shellac, e ele me disse:

- Experimentar qualquer um consegue, porém o nível de experimentalismo que o Shellac tem é foda demais de alcançar.

Eu concordei plenamente e acrescentei:

- O Shellac está para o rock como o free jazz está para o jazz.
O Ulisses concordou e simplesmente não havia muito mais a ser dito. Afinal, comentar sobre o Shellac é superficial, ouvir é a principal coisa que você pode fazer para conhecê-los mais.

O disco começa com a frenética e interessante 'The End Of Radio' que em meio a letra, fala de aspectos técnicos do som dizendo "This microfone turns sound into electricity", e traz vocais desleixados que disparam "I got 5.000 watts of time" e berros como "THIS IS A REALLY GODDAMN EMERGENCY!" Tudo isso com uma guitarra que teima em manter apenas duas notas em toda a música. Independente do desempenho da bateria e do baixo. Realmente já virou clássica. Ouça a 'Steady as She Goes', brilhante na pegada inicial, com a guitarra de Albini vindo pra cima, te chamando para o conflito, para o impacto. Se você fugir é um cuzão, e se enfrentar, prepare-se: seja forte. Você acha exagero? Estou apenas tentando escrever, expressar o que é ouvir Shellac. 'Genuine Lulabelle' brinca como o tempo (ela tem mais de 9 minutos) , com o silêncio, com diálogos e claro, com os instrumentos e berros. A breve 'Spoke' começa com a pegada rockabilly até que Albini diz "Let the Drum!". E aí a batera come solta, vindo em seguida baixo e guitarra, os berros continuam acompanhados pela bateria. E se você acha que não há calma nesse disco, ouça 'Kittypants', com sua guitarra mais comportada.

É, meu povo. Trata-se de outro disco do Shellac of North America, do mesmo nível dos outros, sendo impossível haver alguma comparação com os anteriores. Afinal, o Shellac não muda e isso é bom, muito bom.

by Felipe Pipoko

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quarta-feira, agosto 22, 2007

THE GREATEST new!

Hahahahahahahahaha!

Hahahahahahahahahahahahahahahaha!

Me desculpem queridas Björk, Feist e Juliette: a Cat Power está na área. Björk, volte para o seu iglu, Feist engula sua voz (muito bela por sinal) e Juliette, vai fazer xilique na casa do caralho! Porra meu querido leitor, a mulher mais foda da música mundial voará aqui para Sampa, afim de nos proporcionar momento celestiais. E se você tem dúvida se o céu existe, ouça I Don't Blame You e entenda um pouco o que é estar nas nuvens.

Num post anterior eu havia dito que se não temos Cat Power, poderíamos nos contentar com a Björk... mas pelos deuses, eu estava muito conformado, no estilo 'quem não tem cão, caça com gato'. Mas a verdade é que o gato pode ser chutado no rabo porque a euforia é grande, no estilo 'soltar os cachorros', hehehehe.

Eu costumo comentar com um amigo meu sobre as sensações diversas que ocorrerão em meu corpo durante as horas que verei Chan Marshall destilando sua doçura por todo aquele auditório, acenando aos fãs apaixonados através daqueles gestos meigos e tímidos que ela faz com as mãos enquanto canta ou aquele balançar de pés inquietos. Aí sempre chego a conclusão: é algo que beira o sexual. Esse meu amigo, que prefiro manter o anonimato por questões de castração, diz que quando vir a dona Chan no palco, não sabe se vai considerar a existência de outras mulheres, afinal ele estará há poucos metros do que consideramos a perfeição feminina.

A voz dela flutua entre o afinado e o rouco, sim, aquela rouquidão que desliza por seus canais auditivos, preenchendo seu corpo e lhe deixando em estado sublime satisfação. Aquela voz que se adapta à tudo, do rock mais forte à mais calma canção, que se adapta até ao silêncio, é essa voz, esse sussurro dos deuses, que vamos ouvir no dia 25/10.

Faltam dois meses pro show, mas é baseado nessa expectativa que levitarei no mar da ansiedade, ouvindo mais do que nunca os discos dela, vendo os vídeos dela e esperando o dia em que discos e vídeos não existirão, substituídos pela presença física e ao mesmo tempo divina de Chan Marshall.

Foda-se, ela é um sucesso.

by Felipe Pipoko

quarta-feira, agosto 15, 2007

Bourbon Street Fest: Black de verdade

Se você tá cansado de ouvir a malandragem nas ruas e trabalho falando: 'ah, eu curto black!' e saber que eles estão se referindo à essa corja de canastrões como 50 Cent, Beyoncé e o caralho à quatro, existe uma oportunidade de conhecer a verdadeira música BLACK AMERICANA. Sim, eu sei que esse blog leva o rock em seu nome, até diz que a 'cidade do rock', mas como admirador de todas os estilos e generos que saíram dos sofridos negros escravizados no sul dos EUA, me sinto obrigado a divulgar o evento. E você que diz que ama o rock, deve saber que o rock começou como um blues acelerado... e todos os primeiros rockeiros como Buddy Holly, Chuck Berry, Roy Orbinson, Boo Didley entre outros, tinham artistas do blues como influências... nomes como Robert Johnson, John Lee Hooker, Muddy Waters, BB King, Albert King são alguns dos gênios que entregaram aos rockeiros a pedra bruta a ser lapidada, até virar o rock.


Vamos lá: o evento é o Bourbon Street Fest, um evento que vai reunir grandes nomes da música original de New Orleans. Sim, o funk (americano), o jazz (aquele jazz acelerado que você costuma ouvir em desenhos do Pernalonga, o Diexeland), o blues sofrido e também o blues mais elaborado, o gospel americano, o soul gingado entre outros estilos, estarão presentes nessa festa. A abertura é de graça, vai rolar no sábado, 18/08 às 15:00hs, no Parque do Ibirapuera. Durante a semana, rolam mais shows na casa Bourbon Street, lá em Moema (Rua dos Chanés, 127), esses eventos são pagos, como de costume. E o encerramento do festival rola na própria rua dos Chanés, ao ar livre e gratuitamente. Eu já ouvi alguns sons dos que vão rolar na festa e posso destacar Chubby Carrier and the Bayou Swamp Band... o som dos caras faz com que o mais conservador espectador balance o traseiro. Som muito bem trabalhado, simples para todos os ouvidos e mostra que a nova geração não deixa a desejar. A cantora Marva Wright soltará sua voz na abertura do festival e acredite: vale a pena ouví-la.


No meu ponto de vista, é muito bom conhecer novos sons, principalmente de um lugar que exala música, a cidade de New Orleans. E mesmo com o filho-da-puta do Katrina fodendo com a cidade, não pense que tudo acabou. A alegria continua a mesma, a inspiração é indestrutível, e poderemos ver a prova viva dessa imortalidade durante uma semana nesse festival. Da mesma forma que o Brasil e o seu povo vivem de música (ao ponto de termos um ditado: 'quem canta seus males espanta'), o povo de New Orleans, aliás, de toda a Lousiana respira música.


E não poderia deixar de citar que durante a semana do festival, serão oferecidos pratos da culinária Cajun, a rica culinária daquela região. Sabe aquela torta de batata-doce que uma velha negra fazia em algum filme que você já viu? Então, é naquela linha mesmo, e tem um prato chamado Jambalaya que vai de tudo, camarão, lagostim, frango, ostra, salsicha... tipo uma 'paella dos escravos', cheia de temperos, no estilo baiano de cozinhar. Pô, a comida é muito boa. E você que curte os primórdios do rock, deve saber que Jambalaya é uma música de Jerry Lee Lewis, apresentando as suas raízes sulistas. Ah! A comida é cobrada, beleza? Hahahahaha!


O legal é isso, viajar nesse som riquíssimo e descontrair um pouco, num evento alegre e num lugar legal pra caramba que é o Parque do Ibirapuera. Fica aí a recomendação.


Site do evento:
http://www.bourbonfest.com.br/


by Felipe Pipoko

terça-feira, julho 31, 2007

O Slowliness: início, meio e fim

Faz um tempo que eu queria fazer essa matéria. Eu, que estou acompanhando a banda há uns 2 anos, me senti à vontade para me envolver em tal trabalho, principalmente quando Arvid insistiu para que eu o fizesse.

Arvid, tem confiança imensa em seu trabalho e busca sempre levá-lo à posteridade. As aspirações são as mesmas que motivaram homens comuns a se transformarem em ícones eternos do rock. Recebi dele a história sofrida de sua carreira musical, cheia de empecilhos, e entenda ‘empecilhos’ como ‘falta de grana’, o fator que mais sufoca os músicos e artistas talentosos ao redor do mundo.

Arvid começou a inclinar seus ouvidos para o rock desde os 12 anos. Vizinhos dedilhavam em seus violões diversos clássicos do rock dos anos 70 e 80 e o pequeno Arvid ficava a apreciar o som (os velhos tempos em que a internet não existia e a busca para saber mais sobre o rock era árdua). O avô de Arvid, lhe presenteou com duas inestimáveis dádivas: a introdução ao som de Elvis Presley e claro, uma guitarra. E o jovem garoto já tinhas suas primeiras experiências musicais tocando na igreja.

Dos 16 aos 17 anos, Arvid tocou em bandas punks, grunges, tocando por diversão, ou como ele costuma dizer: “sem compromisso”. Aos 18 anos, finalmente o Slowliness foi criado. Arvid era o único integrante fixo, ou seja, um ‘rodízio’ de músicos acontecia na banda. Foi nessa época que as duas mais belas canções foram criadas: Almost Crazy e If I Thought Somenthing Will Change. Acredito que um desespero batia no peito do jovem compositor ao não disponibilizar da grana para gravar seu EP. Foi nessa época que ele teve que se virar e trabalhar num posto de gasolina, para juntar o dinheiro suficiente para gravar o EP homônimo da banda.

Quando finalmente juntou a verba, um imprevisto: seu irmão mais velho precisava de dinheiro para pagar um carro. Arvid não hesitou e abriu a mão, ficando sem nada e quase sem esperança de gravar o EP. E na época em que trabalhava no posto, encontrou-se com um cara, que estava em seu caminho para a locadora, afim de devolver um filme. Esse cara era Danilo Passos, ou apenas Passos, grande amigo de Arvid e atual baixista da banda. Conversaram ali mesmo e marcaram um ensaio. Passos tocava guitarra e entrou para o Slowliness como o guitarra base.

Os planos da gravação, embora adiados, continuavam em pé. E quando Arvid havia juntado toda a grana novamente, sua mãe, com problemas de saúde precisava ser operada. Logo Arvid desembolsou suas economias novamente. Após essa segunda “cacetada da vida”, Arvid ficou desorientado e dissolveu a banda. E quando estava desiludido, foi chamado para trabalhar o final de ano num supermercado e logo após as datas comemorativas, ele foi efetivado. Aproximadamente um ano após, ele conseguiu juntar o dinheiro. É claro que o Slowliness já havia voltado (passadas as tensões e frustrações). E nessa volta, Arvid achou desnecessárias duas guitarras na banda e Passos, foi ‘sacado’ da banda. E foi nessa época, sem Passos, que o Slowliness gravou seu primeiro EP. Com forte influência do noise americano (leia-se Sonic Youth), o som da banda tinhas pitadas de grunge sujo, mas o ambiente, a atmosfera sonora lhe faz lembrar o Hüsker Dü ou Superchunk. As letras angustiadas eram cantadas por uma voz que lhe faz imaginar o que seria a leveza do timbre de Elvis Presley com a melancolia e sobriedade de Ian Curtis. Sim, características tão conflitantes se juntavam perfeitamente na voz de Arvid. Resumindo: O EP foi gravado, e perfeitamente elaborado e executado.

Após a tão esperada gravação, a banda foi desfalecendo com os conflitos internos. Arvid me confessou que cometeu alguns erros, mas ele não suportava mais os erros dos outros integrantes e também não sentia mais a pegada em seus colegas de banda. Arvid um dia disse: “prefiro que me preguem as mãos ao tocar com eles novamente”. Isso soa a Morrissey.

Passos, enquanto fora da banda, passou a refinar seu gosto musical, que já era bom, ele era muito influenciado por bandas como Smashing Pumpkins, Nirvana, Teenage Fanclub, Jesus and Mary Chain entre outras lendas do rock alternativo. Ao se aprofundar no som do Sonic Youth, passos cogitou a idéia de tocar baixo. E foi a oportunidade ideal para que Passos retornasse ao Slowliness. Passos até sentia uma insegurança ao mudar da guitarra para o baixo, mas aos poucos, foi se familiarizando com o instrumento.

Embora Passos não tenha participado do primeiro trabalho, hoje ele se ajustou à banda, como uma prova de coletividade, ou seja, para um grupo dar certo, indivíduo deve se ajustar a esse grupo e não o inverso.

O novo desafio é o lançamento do EP Dateline, que já está pronto há um bom tempo. O lançamento está marcado para o dia 24 de agosto de 2007 e os amigos e fãs se alimentam de curiosidade em relação ao novo trabalho. Ainda há espaço para o que Arvid e Passos consideram o melhor que o Slowliness já idealizou (sim, já está pronto): o disco All Against Nothing.

Se você nunca ouviu o som deles, ou nunca os viu ao vivo, vale a pena ir, afinal, eles não se limitam a tocar apenas os próprios sons. O Slowliness faz um ótimo cover de Sebadoh ou Guided by Voices. E como sou fã de carteirinha das duas bandas, não posso cometer o pecado de ‘não’ recomendar.

Entrevista com Arvid Lima

RockTown - Seu avô poderia ser considerado peça-chave para sua formação? Como era sua relação com ele?
Arvid - Sim, meu avó me fez ser este homem que sou hoje em dia. Eu acredito que entre meus irmãos e primos, eu estava mais próximo dele. Minha relação com o meu avó sempre foi boa, ele faz muita falta pra mim e pra minha família, mas o que me deixa feliz é saber que ele dorme no braços do Senhor.

RockTown - Qual era a idéia, a intenção por trás da criação do Slowliness?
Arvid - Quando eu formei o Slowliness, tudo era muito novo pra mim, eu era muito novo não era nada demais, eu só queria tocar as minhas músicas. Nada daquelas coisas que querer mudar o mundo (risadas).

RockTown - Como foi o primeiro contato com Passos?
Arvid - Eu trabalhava perto de casa, quando o Passos voltava da locadora. Eu o chamei e começamos a conversa, e eu falei meio rápido sobre minha idéia etrocamos telefone, dias depois estamos no estúdio pra ver como iria sair asmúsicas, e nesta época já tocava Almost Crazy e If I Thought Something Will Change, e outras que sumiram porque eram muito ruins (risadas).

RockTown - Na época, houve algum ressentimento por parte do Passos ao sair da banda por falta de espaço?
Arvid - Eu acredito que não. Eu sempre fui muito verdadeiro com ele e ele comigo, aconteceu um monte de coisas chatas naquele ano, Depois da gravação outras coisas chatas aconteceram, e eu mostrei pro Passos o cd. Ele começou acreditar mais nas música, e eu vi que não podia seguir sem, eu precisava dele eu preciso pra tocar as nossas músicas.

RockTown - Quem são as mulheres que estampam as capas dos EPs "Slowliness" e "Dateline"?
Arvid - Do primeiro EP é minha tia. Ele nasceu na Itália, morou no Vaticano por um tempo, uma pessoa que não cheguei a conhecer. Do Dateline é minha avó, Dona Archangela, mulher abençoada (risos).

RockTown - O que o motivo a dissolver o Slowliness e seguir carreira solo?
Arvid - O Slowliness foi uma parte da minha vida, mas eu não sei o dia e nem a hora, o Passos e eu estamos terminando o que para nós será o melhor EP doSlowliness.

RockTown - Você pretende seguir qual linha de influência nessa nova carreira?
Arvid - Eu não sei exatamente o que será ainda, eu não tenho nada pronto sóescritas. Eu tenho um trabalho a fazer com Slowliness, vamos nos apresentar ao vivo em breve. (n.e.: dia 24/08/07)

RockTown - Sua tendência ao gospel vem dos tempos de quando você tocava na igreja ou vem da fase que Elvis Presley focou mais o estilo?
Arvid - O lance é que tem uma diferença em tocar pra Deus e tocar no ‘mundo’. O importante é você ser verdadeiro no que você faz, e eu tenho vontade de cantar música gospel não por causa do Elvis.

RockTown - Um dia você me disse que faltava alguém para lhe dar uma educação vocal. Você ainda se preocupa? Pensa em aprimorar a voz?
Arvid - Sim, eu sempre quero melhorar. Uma banda boa é aquela que tem um bom vocalista.

RockTown - O fim pode ser considerado uma parada por tempo indeterminado ou realmente é o fim?
Arvid - Infelizmente tudo tem um fim.

nota: o baterista atual da banda é um freelancer, amigo da banda desde 2001. O cara chama-se Ref.

Links da banda:

Slowliness no Trama Virtual

Slowliness no PureVolume



by Felipe Pipoko

sábado, julho 14, 2007

The Donnas no Brasil

As garotas do The Donnas confirmaram presença no Brasil, no dia 25/08. Embora o som delas não seja popular por aqui, acho que uma apresentação apenas, é pouco. Mas, que se lasque, o quarteto punk de garotas tem um som, que em minha opinião, é apenas superado pelo Elastica (que não é integralmente composto por garotas, mas tem apenas um cara). A apresentação vai ser no Clash Club, lá na Barra Funda, e pode ter certeza... vai lotar, afinal, é a primeira vez das garotas por aqui, e embora não sejam populares (acho que já escrevi isso em algum lugar), carregam uma boa legião de fãs. O som delas é muito pesado, mas sem perder aquela doçura da voz feminina. Paredões de guitarra berrante, baixo destacado e bateria intensa, formam todo o ambiente caótico/compreensível do som delas. Se você não conhece, vale a pena se aprofundar. E olha a tebela de preços!

R$ 70 (antecipados, com desconto)
R$ 100 (na porta)
R$ 50 (estudantes) – à venda apenas na London Calling CDs, mediante apresentação de carteirinha original e comprovante de matrícula – apenas um ingresso por carteira

O preço tá salgado, né? Embora eu curta muito o som delas, é show pra fãs, afinal, tá foda alguém pagar 100 pratas na porta... é ou não é?

by Felipe Pipoko

segunda-feira, julho 09, 2007

Björk: A deusa esquimó vem pros trópicos.

Sim, a deusa islandesa vai desembarcar por terras brasileiras para participar do Tim Festival. As datas ainda não estão confirmadas, mas serão informadas em breve quando a TIM e a Dueto (produtora do festival) anunciarem juntas o novo formato do festival. Lá por agosto já saberemos todos os detalhes.
Fazia tempo que a Björk não colava por aqui, ou seja, desde 1998 (9 anos). Fãs estão ansiosos e os amantes do rock e da música bem elaborada, estão em êxtase, tendo em vista o que os aguarda em outubro deste ano, que está quente demais para o rock. Os jovens de hoje estão testemunhando grandes voltas e seus respectivos lançamentos de discos, como Dinosaur Jr., Iggy and the Stooges, Rage Against the Machine, Jesus and Mary Chain entre outros.

Voltando à Björk, o show dela vem apresentando o seu novo trabalho, Volta (2007) que está sendo muito bem aceito pela crítica. O que ela costuma cantar das novas canções, nos shows mais recentes, são as belas “Earth Intruders” e “The Dull Flame of Desire”. Já aproveito pra dizer que o disco dela está muito bem produzido e elaborado, com sons que evocam sons tribais e que traz junto uma pitada pop, mas nada de pop exagerado. Ela continua louca, estranha e encantadora.

Continuo preferindo a vinda de Cat Power, porém vai valer a pena ver Björk em sua apresentação. Podem apostar que sim.
by Felipe Pipoko

segunda-feira, julho 02, 2007

Cold War Kids: Letras e sons geniais

Já faz um tempo que ouço essa banda, mas coloquei uma nota no meu caderno de descobertas musicais: escrever sobre eles apenas quando ouvir o suficiente. Pra mim, o suficiente consiste em ouvir por dois meses, parar por um mês, ouvir novamente por mais um mês, parar de vez e sorrateiramente, colocar umas musiquinhas deles no iPod pra não esquecê-los. De repente, todo esse processo se torna o suficiente pra que eu tenha conhecido bem o som dos caras, ou pelo menos me sinta a vontade pra escrever sobre eles.


Essa banda, esses caras, são o Cold War Kids. Banda formada em Fullerton na Califórnia, é integrada pelo vocalista Nathan Willet, o baixista Matt Maust, o baterista Matt Aveiro e o guitarrista Jonnie Russel. Os caras se juntaram em 2004, mandando demos pra tudo que é canto possível. Lançaram o primeiro EP chamado Mulberry Street e causaram um estouro entre os blogueiros/rockeiros, que acharam neles um som diferente, bem elaborado e complexo em sua variações instrumentais. Tocaram no Loolapalooza em 2006 e assinaram contrato com a Downtown Records. No mesmo ano lançaram o disco Robbers & Cowards que na opinião deste que vos escreve, foi um dos melhores discos do ano, sem sombra de dúvida. Oras, se você procura um disco onde em uma parte, você pode dançar e em outra você pode refletir num dia cinzento de chuva, adote Robbers & Cowards pra te acompanhar nesses momentos. O disco conta com agitadas Hang me up to Dry e a Tell Me in the Morning, contam com baterias marcantes e instáveis, sem contar que as harmonias foram muito bem compostas. Na maioria das músicas, aquela meia-lua (típica do som dos Beatles) se faz presente. A guitarra goza de alguns solos imponentes, como o que você pode escutar no We Use to Vacation (melhor faixa do disco). Fora os solos, a guitarra faz muito bem o seu papel, muito bem encaixada em meio as harmonias. Não há nada de riffs grudentos ou grande complexidade na execução de trechos, a guitarra é simples, limpa e poderosa quando necessário. Já Nathan Willet além de ter uma ótima voz (você ouvindo o disco já imagina a presença de palco), toca muito bem o piano, que cá entre nós, é perfeito em todas as canções, pois dá um ar sombrio na primeira faixa We Use to Vacation, dá as cartas em Hospital Bed e dá o prenúncio do caos em God, Make up Your Mind (lo-fi estilo Cat Power).


O nível das letras é bem superior ao de muitas bandas similares, que embora tenham bom som, não passam de cabeças de vento. Eles não falam sobre guerras, brigas entre ocidente e oriente, russos contra americanos, e muito menos exaltam o comunismo como solução para a vida (muita gente pode pensar nisso ao ler o nome da banda). As letras são inteligentes, mostram a realidade de famílias e pais de família fracassados e arrasados pelo vício, ladrões fúteis, morte, contradições da vida. E quando letras geniais se juntam com um som rasgado, forte e bem elaborado, cheio de rastros de blues? Só pode dar em uma grande banda. Eu realmente espero muito que o novo disco não decepcione, como foi o caso do Bloc Party, que até lançou um bom segundo disco, mostrando novidades (ou novas tendências e objetivos), porém decepcionando a expectativa dos fãs. Longa vida ao Cold War Kids!


by Felipe Pipoko

segunda-feira, junho 25, 2007

Resumo dos discos de 2007

Analisei poucos discos, até porque fico alternando muito entre análise de discos, anúncio de shows e festivais e claro, alguns artigos triviais. Mas segue abaixo resumo das análises de alguns discos lançados esse ano:


Iggy and Stooges - The Weirdness
"... já esperava algo bem foda, ainda mais quando soube que Steve Albini, gênio do underground americano, líder de bandas como Big Black, Rapeman e Shellac, iria produzir o disco dos caras. Foi uma combinação explosiva, afinal, a bateria e a guitarra dos irmãos Ashton e o indiscutível carisma e poder de voz de Iggy Pop..." Nota: 4/5



The Fratellis - Costello Music
"É bom ficar de olho, o primeiro disco deles é uma boa surpresa pra quem acha que o Reino Unido só sabe lançar imitações baratas dos anos 80." Nota: 3/5





Arctic Monkeys - Favourite Worst Nightmare
"Favourite Worst Nightmare é mais pesado e mostra escancaradamente a intenção do quarteto em mostrar uma desprentensão quanto às expectativas e todo o hype atribuído a eles." Nota: 4,5/5




Arcade Fire - Neon Bible
"Todo o tema religioso que permeia a atmosfera musical do trabalho deles dá um encanto a mais. O trabalho instrumental continua impecável, na verdade está aprimorado, bem produzido e totalmente hipnotizante.
Nota: 4,5/5

Menomena - Friend and Foe
"Tem muita qualidade e demonstra uma coragem que muitas bandas não têm, coragem ao desbravar novos territórios utilizando os bons e velhos instrumentos. Muita gente já colocou sax no rock, mas o som do Menomena não se limita aos parâmetros do jazz-rock ou da influência que esse mesmo exerceu sobre o rock." Nota: 4/5



Beatles - Love
"Como havia dito, embora o som seja antigo, embora o som faça parte de nossas vidas há muito tempo, LOVE nos trás uma sensação incrível de novidade relacionada aos Beatles. Por mais que esse disco seja uma coletânea, soa como novo. E fazer uma coletânea soar como novidade, só os Beatles podem." Nota: 4,5/5



Ainda preciso analisar mais alguns... e espero ficar surpreso com alguns lançamentos à partir do próximo semestre.

by Felipe Pipoko

domingo, junho 24, 2007

Novidade: Tim Festival 2007

Eita porra! Esse ano vai ter Tim Festival e vai ser bem legal! Killers, Arctic Monkeys e Julliete and the Licks já confirmaram presença. Só faltava um Claro que é Rock no outro mês, pra foder nossos bolsos e nos trazer mais rock. Mas, vamos lá, nos conformemos com o que vem por aí. Claro que o line-up não é nada comparado a um festival medíocre europeu, mas pra quem vivia sofrido de atrações internacionais, estamos engatinhando para um dia poder ver bandas e mais banda desembarcando em nossas terras todos os anos.


Cara, digam o que quiser do Arctic Monkeys, mas os caras me surpreenderam no novo disco e fiquei muito curioso para ver a performance dos carinhas de Sheffield, ao vivo. Vai ser um bom show, mas o foda vai ser aguentar a porra da tietagem dos moderninhos ao meu lado, gritando. Lá é um bom lugar pra encontrar o Lúcio Ribeiro e espancar a cara de veado-groopie que esse cara tem. Coitado de quem estiver na frente dele... afinal, quem conhece Lúcio Ribeiro sabe que ele vai bater uma punhetinha quando os vir entrando no palco... e quem estiver à frente dele, leve um lenço ao menos pra limpar o resultado de sua experiência músico-sexual.


Já os Killers eram vítimas do meu preconceito, mas parei pra ler um pouco mais, pra ouvir um pouco mais, pra analisar um pouco mais. E no som deles você pode encontrar elementos de diversos estilos, como corais e a própria música gospel americana, o blues, o eletrônico e claro, tudo coberto com o rock de boa qualidade. E não é que os caras são mórmons mesmo? E eu que achava que ser mórmon significava colocar aquela roupa social, o crachá de identificação pra ficar enchendo o saco do povo no conforto de seu lar. O show deles tem recebido boas críticas. Acredito que eles vão fazer valer a pena o preço do ingresso.


E a banda Juliette e os seus Licks? Bem, tava todo mundo comentando que Cat Power viria esse ano... um amigo meu já previa o seu choro ao ouvir Babydoll ao vivo, mas acho que não vai rolar o chorôrô e a emoção que Chan Marshall com certeza traria aos nossos corações sofridos. A Juliette é um sucesso, com certeza. Trouxe um bom som em seu novo disco, aquela putaria de três acordes que te faz dançar e balançar a cabeça. E a voz dela não deixa a desejar, com muita fúria, ela prende sua atenção. A banda que a acompanha (os Licks) são foda, são muito bem entrosados com a Juliette e creio eu que vai ser legal acompanhar uma apresentação dela bem na época em que ela explode para o main-stream (foda-se você, undergroundzinho de merda). Se colocarmos Cat Power e Juliette and the Licks, em minha humilde opinião, a Juliette morre esquartejada pela genialidade da musa indie Chan Marshall, mas pra quê reclamar, minhas vidas? Vâmo curtir o som dessa banda que desponta como umas das grandes revelações desse ano.


Mas e quanto aos shows? Em que cidades e onde vão rolar? Que dias? Segue abaixo informações retiradas do site da Folha de São Paulo:


O festival de música terá edições em quatro cidades: Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Vitória. As apresentações acontecem entre os dias 25 e 31 de outubro. Os locais das apresentações serão os mesmos de 2006. No Rio, o evento ocupará mais uma vez a Marina da Glória. Os shows em São Paulo se dividirão entre o Auditório Ibirapuera e a Arena Skol Anhembi (fodeu). Vitória receberá uma versão compacta do festival no Teatro da UFES, enquanto Curitiba terá como cenário a Pedreira Paulo Leminski.


Ah! Os ingressos começam a ser vendidos em 27 de agosto, se não me engano. Os preços? Não me perguntem!


Sobre o Air (dupla francesa de música eletrônica), eu não me sinto à vontade pra escrever sobre eles. Mas eles vão também.


by Felipe Pipoko

sábado, junho 16, 2007

Festival Indie Rock

Para a felicidade de muita gente (entre elas, eu) os Rakes e o Magic Numbers desembarcarão em terras brasileiras em julho. Os ingleses dos Rakes vêm se destacando pelo som pesado e muito próximo do punk de origem. Se você quiser ouví-los, recomendo a música Violent. Já o Magic Numbers foi muito bem recebido pela crítica especializada e têm sido comparado ao grupo dos anos 70 The Mamas and Papas (exagero). Sua música é bem mais calma (posso dizer que é completamente o oposto dos Rakes). Para ter uma noção do ótimo trabalho deles, escute a canção Forever Lost. Shows no Circo Voador (Rio) e Via Funchal (Sampa) já foram confirmados. Seguem abaixo mais informações:
Circo Voador (RJ)

25 de julho (quarta) - Hurtmold, Lucas Santtana e Magic Numbers

26 de julho (quinta) - Moveis Coloniais de Acaju, Mombojo e The Rakes

R$ 100, R$ 50 (meia-entrada)
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Via Funchal (SP)

26 de julho (quinta) - Hurtmold, Moptop e Magic Numbers

27 de julho (sexta) - Moveis Coloniais de Acaju, Mombojo e The Rakes

R$ 100, R$ 50 (meia-entrada)
by Felipe Pipoko

quarta-feira, abril 18, 2007

((Rapidinhas)) - Stooges (Weirdness) -> Arctic Monkeys (Favourite Worst Nightmare) -> Fratellis (Costello Music)


Vamos começar pelo Fratellis. Um trio escocês, formado em 2005 que traz à nossa década o britpop. Britpop que lembra mais o Blur, um dos seus inventores (junto ao Oasis) e maiores expoentes. No disco você nota que a musicalidade aliada à ótima execução dos instrumentos cria um ambiente extremamente dançante, sim, o som deles é muito bom pra discotecar numa pista. É bom ficar de olho, o primeiro disco deles é uma boa surpresa pra quem acha que o Reino Unido só sabe lançar imitações baratas dos anos 80. Músicas de destaque? Ouça o disco inteiro, você vai gostar. Só vou deixar uma luz: ouça a faixa 5, Chelsea Dagger.

O Arctic Monkeys criou uma expectativa gigantesca em torno de seu novo disco. Expectativa que já não era vista há muito tempo. Posso dizer que não foi de decepcionar. Favourite Worst Nightmare é mais pesado e mostra escancaradamente a intenção do quarteto em mostrar uma desprentensão quanto às expectativas e todo o hype atribuído a eles. O som deles soa mais maduro, porém sem perder a juventude e o lance de banda de garagem britânica. Vale a pena ouvir esse novo disco e compará-lo ao anterior e ver que houve uma boa evolução. Vou indicar uma ótima música, onde a guitarra e a bateria se juntam nos trazendo uma ótima canção: If You Were There, Beware. O bom de tudo isso é que todo aquele hype idiota caiu fora e finalmente podemos ouvir um som sem as máscaras que todos criavam.

Os Stooges não necessitam de apresentação. Ouví muito o The Weirdness (já haviam algumas apresentações ao vivo das músicas novas disponíveis) e já esperava algo bem foda, ainda mais quando soube que Steve Albini, gênio do underground americano, líder de bandas como Big Black, Rapeman e Shellac, iria produzir o disco dos caras. Foi uma combinação explosiva, afinal, a bateria e a guitarra dos irmãos Ashton e o indiscutível carisma e poder de voz de Iggy Pop, quando estiveram juntos uma vez em meados do fim dos anos 60 e início dos anos 70, mudaram os caminhos do rock. Nossa geração pôde ver shows desta banda reunida e finalmente somos brindados com um disco, novinho em folha. A Rolling Stone deu a verdadeira definição deste disco: parece com faixas perdidas. O som deles soa velho, como deve ser. Minha namorada perguntou se o som que ela estava ouvindo era da época antiga dos Stooges. Realmente Steve Albini fez um trabalho genial, exibindo a crueza da guitarra, que era típica dos Stooges, com bateria distante e próxima ao mesmo tempo (entendam do jeito que quiserem). Prestem atenção: lembram daquele sax maluco que estava em Funhouse? Então, o responsável era Steve Mackay. O mesmo cara está junto à banda em solos vicerais como podemos ouvir em Passing Cloud e I'm Fried. Está muito foda, como se fosse uma mistura de toda a carreira deles num novo disco. Ouçam ATM, que traz aqueles riffs eternos de Ron Ashton de volta às nossas cabeças. Outros destaques: Idea of Fun, Mexican Guy e The Weirdness (a mais calma de todas).

by Felipe Pipoko

segunda-feira, abril 02, 2007

Menomena: criatividade, experiência e uma pitada de loucura

Como sempre, ouvindo a KEXP, estava eu relaxando. A sequência de sons estava muito boa, estava lendo alguns artigos quando um som me desconcentrou e tomou nas mãos a minha atenção e a jogou dentro de si. No momento nem lembrei de anotar a música e a banda que estava tocando. Eu estava concentrado demais nos acordes poderosos da canção e na suavidade do piano. Quando parei de viajar, cliquei na lista da programação e vi o nome mais estranho, ou melhor, mais incompreensível que uma banda poderia ter: Menomena. Fui buscar algumas referências sobre a banda, busquei conhecer os trabalhos lançados pelos caras. Bem, como na música, mesmo pra quem curte escrever sobre música, o que interessa é ouvir, baixei tudo que podia do trabalho dos caras.

Se você juntasse três músicos, onde cada um sabe tocar uma infinidade de instrumentos, o que você imagina que resultaria? Não imagine. Ouça. Ouça o som do Menomena. Foda-se se eu estou lhe intimando a ouví-los. O som que os caras fazem, lhe impulsiona a correr e compartilhá-lo com quem você conhece. São três músicos quem sabem de tudo um pouco: Brent Knopf na guitarra e teclados, Justin Harris no baixo, guitarra, sax barítono e sax alto e Danny Seim na percurssão. A banda ainda tem um trunfo exclusivo: eles utilizam um programa desenvolvido por Brent Knopf chamado Digital Looping Recorder, que os ajuda na composição das músicas, misturando diversos trechos tocados em cada intrumento (como um riff de guitarra) criando uma composição musical. Parece loucura? Não parece, é.

O primeiro disco deles chama-se I Am the Fun Blame Monster! e conta com uma capa bem simples, parecida com algum daqueles desenhos que fazíamos no caderno, em meio à uma aula entediante. Um pequeno monstro na parte superior à direita. Esqueça a capa, o som é muito foda. A primeira faixa Cough Coughing tem algo parecido com o som do Clinic. Bateria e baixo pausados, porém sincronizados te deixam atônito, principalmente quando você ouve com um fone de ouvido legal. Em seguida você começa a conhecer os traços multi-instrumentais do Menomena na faixa The Late Great Libido, onde o sax alto de Justin Harris suaviza o caos que a bateria tenta criar.

O último trabalho deles, o Friend and Foe, segue a mesma linha. Logo de início, a faixa Muscle'n Flo demonstra a perícia de Danny Seim na bateria, com muitos ataques e pausas. O baixo de Justin Harris vem constante, trazendo um pano grosso de fundo para a canção. Brent Knopf contribui com sua voz que se ajusta ao clima criado na canção e suas habilidades com o teclado. A voz de Knopf em alguns momentos em que alcança o auge, lembra Tunde Adebimpe, vocalista do Tv on the Radio. Aliás, não deixe de associar essas duas bandas, elas têm muito em comum. As faixas continuam empolgando, trazendo novas experiências com o dinamismo do trio. A faixa Boyskouts Sweetboyskouts foi a que mais me chamou atenção. O seu início lembra aquelas canções infantis entoadas com assovios. O sax barítono (que Justin Harris toca muito bem) que preenche a canção mistura-se com a bateria e o baixo e faz lembrar do Morphine. Claro que essa comparação é mais pro lado da composição instrumental que para o som que sai dessa mistura. Na metade da música você já está de olhos fechados tentando captar o som do teclado (que é constante ao fundo), do baixo, bateria e claro, o sax que tempera tudo isso. Ah! É bom lembrar que ao chegar no refrão, aqueles assovios do início, acompanham a harmonia do vocal, fazendo de toda essa mistureba uma ótima sensação de ritmo.

Prometi à mim mesmo que não iria mais fazer artigo sobre uma banda e acabar analisando o disco inteiro. Por isso, acho mais legal comentar somente sobre essas duas faixas, e lhe deixar curioso para baixar outros trabalhos deles. Tem muita qualidade e demonstra uma coragem que muitas bandas não têm, coragem ao desbravar novos territórios utilizando os bons e velhos instrumentos. Muita gente já colocou sax no rock, mas o som do Menomena não se limita aos parâmetros do jazz-rock ou da influência que esse mesmo exerceu sobre o rock. Ouça e comprove o que estou escrevendo.

Tá com preguiça de baixar o som deles? Ouça um trecho de Cough Coughing ao vivo (preste atenção no batera):

http://www.youtube.com/watch?v=pIqI8hg5xDU

by Felipe Pipoko

sábado, março 24, 2007

Buzzcocks no Brasil e a popularidade do punk


É isso mesmo que você leu. Os ingleses do Buzzcocks desembacarão em Sampa para um show, que será realizado no dia 29/04. E não adianta ficar aqui falando muito da banda, porque se você der uma olhada nos sites especializados que noticiam a vinda da banda, vai notar que é pura repetição. O conteúdo sobre a banda é o mesmo, vão falar que eles não usaram a premissa política como os Sex Pistols ou o Clash. Vão dizer que as músicas deles alternam entre o bom humor e a angústia em assuntos adolescentes e todo aquele blá blá blá típico de quem anda copiando sites gringos. O que importa mesmo é que os ingressos para o Ataque Frontal Fest, que trará Buzzcocks e Less Than Jake ao Brasil, já estão sendo vendidos. O evento acontece dia 29 de abril no Espaço das Américas, na Barra Funda (SP). No primeiro lote, os ingressos vão custar R$ 60 e podem ser comprados no site http://www.ticketronic.net/ ou nas lojas London Calling, Estrondo e Chili Beans. As atrações nacionais que abrem o festival são Dead Fish e Sapo Banjo (puta merda, que lixo).

O punk virou moda ou a moda virou punk?

Agora muita gente acha que os Buzzcocks são injustiçados por não terem a fama que mereciam no main-stream. Mas será que era necessária essa fama toda? Ou seria melhor ficar do jeito que está, tendo a idolatria e devoção das pessoas que realmente conhecem o punk e o movimento que ele representou? Acredito que a segunda opção seja a mais vantajosa, pois ao olharmos para os Sex Pistols, embora tenham uma imagem lendária e respeitada, os mesmos foram "prostituídos" com sua fama pop. Eu realmente curto muito os Pistols, mas é de dar náuseas ver uma garotinha pagodeira usando uma camisa que a C&A vendeu com a estampa de Sid Vicious. Esse é o preço que se paga pela fama, por ser conhecido. E não estou dizendo que a garotinha pagodeira conheça os Pistols, mas o designers da estampa conhecem, mas o conhecem num âmbito pop, superficial, o que os faz desenvolver estampas sob a missão de popularizar o punk. O punk é moda? Sim, é sim, com todos os seus acessórios metálicos, calças rasgadas, piercings e o cabelo estilo moicano que cada vez mais você vê, da periferia aos bairros nobres.

A fama, inevitavelmente é uma aspiração de qualquer banda que nasce. Claro que o amadurecimento vai trazendo concepções diferentes para bandas diferentes. Experiências ensinam que a fama não é tudo aquilo que você fantasiava e a ânsia por fama, por reconhecimento, se reduz há um público pequeno, porém fiel. O punk virou moda, isso é fato, mas o punk nunca foi hype, nem tendência na sociedade, nunca foi aceito normalmente como outros movimentos. O punk ainda é vítima de muitos preconceitos. Sempre foi rejeitado pela maioria conservadora, seja isso nos anos 70, 80, 90 ou 00 e de repente vira moda. Pode ser legal, ver que tudo aquilo que foi construído, plantado nos fim dos anos 70 e começo dos anos 80 esteja dando frutos hoje, porém isso não é comum ao punk. O punk é para os rejeitados, para as ovelhas negras das famílias. O punk é a resposta de muitos adolescentes e jovens adultos que não se ajustam em moldes pré-estabelecidos. Ser punk não é usar um moicano imenso, piercings no corpo inteiro, tatuagens e seguir o anarquismo de Bakunin (que jamais se aplicaria em nosso mundo atual). Ser punk é se vestir de atitude, a atitude de defender suas idéias, de fazer o que acha melhor pra você, de não aceitar que alguém prevaleça sobre você, seja em sua casa, seja em seu trabalho, seja em seu grupo de amigos, seja onde for. Ser punk não é saber tudo de punk rock e sim apreciar o bom rock (essa concepção fica a seu critério). Não adianta boicotar o McDonalds, pois você anda de ônibus (então boicote as empresas de ônibus que poluem o planeta). Não adianta se munir de radicalismo barato e sem base pra se considerar um punk. Tenha atitude, seja você mesmo, crie sua própria ideologia, ouça o seu rock. Isso é ser punk.

by Felipe Pipoko

quinta-feira, março 22, 2007

Boato, apenas boato.

Sim, o que parecia ser informação de primeira mão, não passa de uma bela mão furada. O line-up do Claro que é Rock 2007 foi desmantelado após algumas pesquisas pela internet, especificamente em sites das bandas mencionadas e alguns festivais que ocorrerão no meio do ano, como o Oxegen Festival 2007 e o Live Earth (concerto global de 24 horas). Não está descartada a possibilidade da realização do Claro que é Rock 2007, porém não conte com "o sonho" que era o line-up anteriormente anunciado.

O Bloc Party tem show no Live Earth bem no dia 07/07 (data onde supostamente eles tocariam). Minha amiga e colaboradora do nosso blog Fabi me notificou sobre outras evidências do boato. No mesmo dia, no Oxegen Festival, o The Gossip se apresentará (no mesmo dia que foi anunciado no boato do Claro que é Rock). No dia 08/07 os também anunciados Klaxons e Cansei de Ser Sexy se apresentarão no badalado Oxegen Festival.

Existem diversas provas que poderiam ser publicadas, porém apenas essas são suficientes para entender que embora sejam bandas de rock, não quer dizer que sejam onipresentes, podendo estar em diversos lugares ao mesmo tempo. Bem, caso reste alguma dúvida, visite o site do Oxegen Festival 2007 e aproveite pra babar no line-up e enfim cair na real: o Brasil ainda não tem capacidade para sediar um festival de tal magnitude (vide nossa localização geográfica).


by Felipe Pipoko
contribuição de Fabi (Araraquara)

sexta-feira, março 09, 2007

Claro que é Rock 2007- Boato ou verdade?

Primeiríssima Mão [divulgação oficial daqui 3 semanas]


Durante o feriado prolongado paulista, aquele da revolução constitucionalista, rola o Claro Q É Rock 2007 - Nas Montanhas--> O nome é por causa do local onde vai rolar, em pleno inverno brasileiro, na montanhosa cidade sul- mineira; Poços "Vulcão Adormecido" de Caldas (260Km de SP, 380Km de BH e 440Km do RJ), dentro do estádio municipal, o "Ronaldão", pra público entre 5 e 7 mil pessoas. Naquele esquema: um palco em cada lado do campo, sempre tem show, uma vez em cada gol.


CQÉR 07 [32 bandas em 4 dias]


Claro Q É Póst Rock, sexta-feira (06/07) [7 bandas]


20:00 - Vanguart (MT)

21:00 - Gram (SP)

22:00 - Patife Band (SP)

23:00 - Nação Zumbi (PE)

00:00 - Los Hermanos (RJ)

1:00 - Mutantes (SP)

2:00 - Radiohead (UK)


Claro Q É New Rock, sábado (07/07) [11 bandas]


16:00 - Hats (SP) 17:00 - Ludovic (SP)

18:00 - Walverdes (RS)

19:00 - Rock Rocket (SP)

20:00 - Zefirina Bomba (PB)

21:00 - Cachorro Grande (RS)

22:00 - Moptop (RJ)

23:00 - Autoramas (RJ)

00:00 - Gossip (UK)

1:00 - Artic Monkeys (UK)

2:00 - Bloc Party (UK)


Claro Q É New Rave, domingo (08/07) [9 bandas]


18:00 – Freak Plasma (SP)

19:00 - Multiplex (SP)

20:00 - Digitaria (MG)

21:00 - Montage (CE)

22:00 - Jumbo Elektro (SP)

23:00 - Bonde do Rolê (PR)

00:00 - CSS (SP)

1:00 - Klaxons (UK)

2:00 - Le Tigre (US)


Claro Q É Hard Rock, segunda-feira (09/07) [5 bandas]


15:00 - Pilotus (SP)

16:00 - MQN (GO)

17:00 - Forgotten Boys (SP)

18:00 - Wolfmother (AUS)

19:00 - Queens Of The Stone Age (USA)



Minha namorada Camilla entrou em contato com o Ingresso Fácil (vendedora de ingressos por fone e internet) e a atendente, após 15 minutos, afirmou que a organização do festival está em término de negociação e é bem provável que role mesmo em julho. Pesquisei no site do Bloc Party e não há show marcado no espaço desses quatro dias (o Bloc Party já tem show marcado pra agosto), ou seja, é um bom sinal. Isso ainda é um boato, e muitos podem dizer: "porra, o Pipoko publicou um boato sob risco de se foder", porém já estamos pesquisando e em breve publicaremos se é ou não uma "doce ilusão".


by Felipe Pipoko

quarta-feira, março 07, 2007

((Rapidinhas)) Arcade Fire (Neon Bible) -> I'm from Barcelona e Polyphonic Spree

--> Esse novo disco do Arcade Fire, o Neon Bible, cumpriu as expectativas. O grande fenômeno musical, um grande orgulho de nossa geração, lançou seu novo disco. Todo o tema religioso que permeia a atmosfera musical do trabalho deles dá um encanto a mais. O trabalho instrumental continua impecável, na verdade está aprimorado, bem produzido e totalmente hipnotizante. Os vocais estão angelicais continuam tocando o coração do fã. Sem contar as harmonias, que soam simples e complexas ao mesmo tempo (entenda como quiser). Mas com certeza, ouvir o novo disco do Arcade Fire é um ótimo exercício da mente, das emoções, no momento em que você entra em alpha e esquece por alguns momentos a realidade e viaja no som dessa banda, que parece uma trilha sonora de um sonho.















--> Seguem aí duas opções pra variar um pouco: Polyphonic Spree e I'm from Barcelona. Duas bandas, uma com 24 integrantes (Polyphonic) e outra com 30 (I'm from Barcelona). Parece um exagero, porém acreditem: é um som fora do sério. Indie-rock, psicodelia e um estilo soft-rock à la Belle and Sebastian. Do I'm from Barcelona, vou recomendar, só pra guiá-los, a música We're from Barcelona. É foda demais. Do Polyphonic Spree, posso recomendar a bela canção Overture, Holiday, rica em harmonia instrumental e um ótimo vocal. Como disse, se quiser variar no menu, seguem duas recomendações.

by Felipe Pipoko

terça-feira, março 06, 2007

Beatles LOVE: é de arrepiar!

Ok, esse disco foi lançado em novembro passado, fazem alguns meses mas acho que só me sinto seguro pra falar dele hoje. Não quero cair nos clichês mais comuns ao falar desses caras. Preciso me concentrar em falar desse trabalho deles, e nada mais.

Na verdade, o mérito, por incrível que pareça, não deve ser atribuído aos Fab Four, mas sim ao lendário produtor George Martin e seu filho Giles Martin. George Martin é considerado o quinto Beatle, pois ele é responsável pela esmagadora maioria das produções dos trabalhos da banda inglesa. Embora a banda tenha acabado há mais de 35 anos, o último trabalho dos Beatles mostra a genialidade de George Martin ao brincar com as músicas do quarteto. Autoridade o cara tem de sobra, conhece as canções como ninguém e nesse trabalho ele nos prova essa afirmação. A junção de músicas é a coisa mais fantástica! Embora você tenha ouvido as canções milhares de vezes durante sua vida, esse disco parece uma novidade. O modo como as faixas vocais são destacadas, a bateria de Ringo Starr ganha mais vida, as guitarras de Lennon e Harrison são elevadas à condição celestial e McCartney nos brinda com a genialidade de sua técnica com o baixo, desta vez mais forte.

O repertório foi preparado especialmente para o espetáculo LOVE do Cirque du Soleil (inspirado nas canções dos Beatles, óbvio) e ao ouvir, constata-se que é a trilha perfeita. O início do disco com a canção Because somente com os vocais e os efeitos de Blackbird (os pássaros ao fundo) são de nos deixar loucos para que a próxima faixa inicie. Falando em Blackbird, é incrível o mashup que George Martin fez ao juntar perfeitamente os violões de Blackbird e Yesterday! Nos faz pensar que se trata de uma só canção. Pra mim, o grande destaque é Strawberry Fields Forever que conta com citações de Penny Lane, In my Life, Piggies e Hello goodbye, que estão muito bem introduzidas à canção. Em Being for the Benefit of Mr. Kite você nota trecho da maravilhosa I Want You. Bem, para notar tudo, é necessário ouvir tudo e uma dica: não coloque na opção shuffle, ouça na sequência correta, do 1 ao 26, pois a cada mudança de faixa você nota a evolução de um som para o outro, é genial.

Eu pertenço à geração atual, geração que não viu os Beatles tocar, não viu um disco deles ser lançado. Mesmo assim, me arrepiei ao ouvir o disco pois é mais um reconhecimento ao trabalho tão breve, mas tão marcante de quatro caras que em 7 anos de sucesso, evoluiram tanto, contribuiram tanto para o rock e vai além do rock, contribuiram para solidificação da identidade da cultura ocidental moderna, afinal, quem, num futuro distante, poderá citar o século XX sem citar os Beatles? Como havia dito, embora o som seja antigo, embora o som faça parte de nossas vidas há muito tempo, LOVE nos trás uma sensação incrível de novidade relacionada aos Beatles. Por mais que esse disco seja uma coletânea, soa como novo. E fazer uma coletânea soar como novidade, só os Beatles podem.

by Felipe Pipoko

sábado, março 03, 2007

The Black Angels - essa neo-psicodelia é um sucesso!

Sombrio, o som dos caras é sombrio. Uma psicodelia em alguns momentos sóbria, mas na maior parte relembrando os anos 60. Talvez você possa pensar que devido ao toque sombrio do som o nome da banda é Black Angels. Mas antes de se precipitar, você lembra de uma música do Velvet Underground chamada "The Black Angel's Death Song"? É desse título que eles 'roubaram' o nome da banda. Claramente influenciados pela psicodelia dos anos 60 e pela objetividade e crueza da banda de Lou Reed.

Essa banda de Austin, Texas, lançou em 2006 seu primeiro álbum, o Passover e não decepcionou. Um disco muito bem produzido e com algumas faixas ideais para ouvir num dia de chuva, algumas vezes pra alegrar o dia, outras vezes pra entristecer mais.
A guitarra desliza e se destaca mais que qualquer outro instrumento, embora o teclado faça sua parte perfeitamente. A voz de Alex Maas é suave, porém chega ao auge gritante em algumas músicas, como Manipulation. Se eu fizesse um filme sobre o fim do mundo, com certeza colocaria a faixa 1, Young Men Dead, na trilha sonora. Experimente ouvir esse som ao andar à noite na rua. Parece que o mundo está acabando atrás de você, enquanto você caminha. Na música The First Vietnamese War, viaje na bateria freestyle de Stephanie Bailey e nos efeitos carregados da guitarra de Christian Bland.

Os Black Angels têm boa entrada na mídia mundial, alguns artigos em jornais ingleses (grande merda), outros em revistas especializadas, tem até um podcast da KEXP pra baixar, com uma jam session de ótimos 35 minutos com declarações dos membros e muito som no estúdio da rádio. Eu realmente tô pouco me fodendo se eles vão estourar na mídia, mas acho que eles estão nos passos do Velvet Underground, que foi uma bosta em questão de vendas do primeiro disco, mas se tornou referência eterna. Não estou prevendo que os Black Angels terão um futuro tão glorioso, mas com certeza ao falarmos de rock no futuro, lembraremos dessa banda.

Coloquei o podcast deles na KEXP pra download, vale a pena conferir.



by Felipe Pipoko

quinta-feira, março 01, 2007

The Zutons - a pegada é forte!

Os deuses confabularamentre si e decidiram: vamos escolher um homem pra inventar a internet (o céu e o inferno já tinham essa tecnologia há milênios). Existe aquela visão romântica dos tempos do vinil, do K7, quando todas as descobertas eram sinônimos de conquistas árduamente vencidas. Época em que nas salas de nossas casas, colocávamos o K7 que um amigo nosso acabou de nos descolar. Ao invés de Nero, era uma fita K7 passando música para uma fita virgem. Sim, são os velhos tempos onde pirataria significava roubar embarcações pelos lados do oceano Índico ou pelos mares do Caribe.

E de repente a internet chegou. Os primeiros anos não nos revelaram nada, além de jornais on-line, salas de bate papo, o Mirc... e sim, alguns sites pornôs. A lentidão da internet discada ainda não empolgava as possibilidades de downloads de músicas, porém tudo foi evoluindo. Fazem 10 anos que utilizo a internet, e a evolução não foi aos poucos. De repente o Napster apareceu e a explosão de possibilidades aconteceu. Sites de música foram se multiplicando, nos mantendo atualizados dia à dia sobre o mundo em que vivemos, o mundo pra onde fugimos, esse mundo maluco da música. E hoje temos milhões de formas de conhecer novos sons, novos estilos e por aí vai.

Dentro dessas possibilidades, li um artigo sobre uma banda chamada Zutons. À princípio, não coloquei muita fé, afinal, tem mais bandas nascendo (The Isso, The Aquilo) do que gente nascendo na China. Baixei o disco "Who Killed..... the Zutons?" sem a mínima pretensão, apenas pela curiosidade de quem tem como hobbie vasculhar a net atrás de sons velhos e novos. Logo de cara me deparei com um início de guitarra na faixa "Zuton's Fever" que te faz pensar: "Peraí caralho, acho que isso é interessante". O som foi rolando e cada vez mais me convencia que havia encontrado um tesouro. O vocal forte é equivalente ao poder do som deles, que se mantem em todas as faixas desse primeiro disco. A música Pressure Point é um verdadeiro sucesso, com uns trechos vocais embelezando todo o ambiente musical criado com guitarras estonteantes, baixos pesados (clara influência do Soul, R&B e toda aquela cena Motown dos anos 70). A viagem sonora é incrível e quando você nota, o botão repeat já está acionado em seu iTunes.

Passaram alguns meses e em 2006 os caras lançaram o disco "Tired of Hanging Around". Demorou um tempinho pra eu achar, mas os caras não deixaram a peteca cair, muito pelo contrário, desceram a pancada na peteca e mesma subiu alto, muito alto. As faixas vocais se mantêm e com maior intensidade. O sax da bela Abi Harding dá aquele toque de jazz-rock, algo que está faltando no pobre cenário indie-rock atual. Harmonias vocais parecem cada vez mais tomar conta do rock (vide TV on the Radio). Pelos deuses, não consegui tirar da cabeça a música Valerie, desse novo disco. Com certeza é a música mais marcante do disco, com um refrão daqueles que grudam na sua mente.

Mas toda essa pegada forte de soul, baixos marcantes e graves, jamais me lembrariam a fria Inglaterra, porém acredite: os caras são da mesma terra dos Beatles. Sim, Liverpool que testemunhou o nascimento dos Beatles, Elvis Costelo, Echo & the Bunnymen testemunhou em 2002 o nascimento dessa banda, que óbviamente não chega aos pés das bandas citadas, porém tratam-se de um prodígio nesse nosso "novo rock".

Em tempos que perdemos uma referência músical tão grande como James Brown, soa bem ouvir uma banda tão nova tocando um som tão James Brown.

by Felipe Pipoko

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

A (Falsa) Melancolia Brasileira

Ouvir Joy Division em plena rua de uma metrópole brasileira não é a mesma coisa que ouvir em Manchester, por exemplo. Por mais que o céu acinzentado se assemelhe a um típico dia inglês, não é a mesma coisa. Por mais que um vento frio, estilo europeu, nos faça tirar aquele casaco do armário, não dá pra comparar. O povo brasileiro é único.

Estava eu ouvindo a manjada, porém perfeita Love Will Tear Us Apart do Joy Division em um ônibus pelas ruas de São Paulo. Por mais que essa música te faça pensar, pensar e desanimar em muitos pensamentos, a melancolia é artificial. Uma das ruas que o ônibus passa, é uma rua sofrida, com dois hospitais públicos e um hospital que trata o câncer de crianças. Cara, se você quer ter motivos pra se deprimir com sua existência, pegue esse ônibus. Cada parada é um caso drástico que se apresenta na entrada do ônibus. Crianças totalmente retardadas, aleijados, cegos e uma infinidade de doenças de pele. Cenas como essa fazem o suicídio de Ian Curtis parecer besteira. Mas é incrível como a melancolia das desgraças da vida parecem não afetar esse povo, que está rindo, se não é uma gargalhada é uma expressão de esperança refletida num pequeno sorriso. Gente que teria tudo pra se enforcar como Curtis fez, mas não o faz, porque seja por convicção religiosa (suicídio é pecado mortal) ou seja pela esperança que nunca morre, esses brasileiros não desistem nunca (porra de frase filha da puta).

Por isso colocando esse assunto numa ótica musical, não vejo o motivo para expressarmos um cunho melancólico em nossos rocks. Claro que pessoas nascem depressivas, isso de fato é a doença do século XXI, mas muito do que se escreve, essa onda emocore que varreu muitos jovens é puro teatro, puro modismo, pura falta-do-que-fazer. A tristeza da vida, os traumas de um passado tenebroso têm que ser repassados em canções, afinal, quem canta os males espanta, mas toda essa orgia depressiva que assombra a sociedade, porra, isso é pura mentira. Pessoas estão escolhendo o nome “depressão” pra intitular seu estado emocional. Pelos deuses, a depressão foi banalizada, foi escolhida como o hype da juventude desse novo século. É ridículo ver tão pouca sinceridade nas letras que se multiplicam a cada dia (parece que existe uma máquina replicadora de músicas exageradamente emotivas), ver tanta gente que termina um namoro de 2 meses e diz que vai cortar pulso. A molecada tá foda, pessoal! Existem dois caminhos para o futuro: boa parte dessa trupe vai crescer e lembrar desses tempos com uma vergonha fodida e a outra parte vai montar banda, criar raízes nesse movimento e viver disso até o dia que notar que é um cabaço, babaca que desperdiçou sua vida num movimento pra lá de furado.

Temos que entrar numa concordância: emo já é algo que não merece nem nossa mais fraca apreensão. Porém a cada dia cresce a valorização pelo sentimento mais profundo e obscuro do ser humano: a tristeza. É bom saber lidar com tudo isso, se situar, afinal, moramos num país tropical, abençoado por Deus, bonito por natureza, sim, em fevereiro tem carnaval caralho! O povo sofre, mas sabe rir. Não fujamos disso.

by Felipe Pipoko

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Psicho Party!


Psicho Party - A festa mais BeijosMeLiga de PoA!
rock//psicodelia//popices

Venha perder a noção na pista dançando o que há de mais louco!
Line up:
Mary Farias (Dynamite)
Becker (GVT)
Dani Hyde (Roque Town - Lasciva)
Pielke (GVT)
Quando? 20/01/07.
Onde? no Laika Mini Club (cadelinha safada).
Custo da Internação?
12$ 8$ lista (lista@gbmag.com.br)



Comunidade da festa no orkut:
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=25052384


Traga atestado de saúde mental (carimbo e assinatura de psiquiatra ou psicólogo) indicando os tipos de psicoses e ganhe isenção do ingresso*

by Mary Farias