Na verdade, o mérito, por incrível que pareça, não deve ser atribuído aos Fab Four, mas sim ao lendário produtor George Martin e seu filho Giles Martin. George Martin é considerado o quinto Beatle, pois ele é responsável pela esmagadora maioria das produções dos trabalhos da banda inglesa. Embora a banda ten

O repertório foi preparado especialmente para o espetáculo LOVE do Cirque du Soleil (inspirado nas canções dos Beatles, óbvio) e ao ouvir, constata-se que é a trilha perfeita. O início do disco com a canção Because somente com os vocais e os efeitos de Blackbird (os pássaros ao fundo) são de nos deixar loucos para que a próxima faixa inicie. Falando em Blackbird, é incrível o mashup que George Martin fez ao juntar perfeitamente os violões de Blackbird e Yesterday! Nos faz pensar que se trata de uma só canção. Pra mim, o grande destaque é Strawberry Fields Forever que conta com citações de Penny Lane, In my Life, Piggies e Hello goodbye, que estão muito bem introduzidas à canção. Em Being for the Benefit of Mr. Kite você nota trecho da maravilhosa I Want You. Bem, para notar tudo, é necessário ouvir tudo e uma dica: não coloque na opção shuffle, ouça na sequência correta, do 1 ao 26, pois a cada mudança de faixa você nota a evolução de um som para o outro, é genial.
Eu pertenço à geração atual, geração que não viu os Beatles tocar, não viu um disco deles ser lançado. Mesmo assim, me arrepiei ao ouvir o disco pois é mais um reconhecimento ao trabalho tão breve, mas tão marcante de quatro caras que em 7 anos de sucesso, evoluiram tanto, contribuiram tanto para o rock e vai além do rock, contribuiram para solidificação da identidade da cultura ocidental moderna, afinal, quem, num futuro distante, poderá citar o século XX sem citar os Beatles? Como havia dito, embora o som seja antigo, embora o som faça parte de nossas vidas há muito tempo, LOVE nos trás uma sensação incrível de novidade relacionada aos Beatles. Por mais que esse disco seja uma coletânea, soa como novo. E fazer uma coletânea soar como novidade, só os Beatles podem.
by Felipe Pipoko