segunda-feira, setembro 03, 2007

Excellent Italian Grayhound - Shellac


É incrível como o Shellac não muda. E isso é bom, muito bom. É incrível como o experimentalismo, por mais que esteja afiadíssimo, continua seguindo a mesma linha, desbravando nova musicalidade, novos ambientes musicais. Excellent Italian Grayhound explora todo o caos das mentes de Steve Albini, Bob Weston e Todd Trainer. Os berros de Albini, que entoam as letras magníficas do disco se entrelaçam com as pancadas firmes da bateria de Trainer e as imponentes dedilhadas de baixo de Weston cobrem o som com a sensação do medo, da euforia coletiva... Shellac é isso. E nunca deixou de ser isso.

Eu estava comentando com um amigo, o Ulisses Barbosa, sobre o experimentalismo do Shellac, e ele me disse:

- Experimentar qualquer um consegue, porém o nível de experimentalismo que o Shellac tem é foda demais de alcançar.

Eu concordei plenamente e acrescentei:

- O Shellac está para o rock como o free jazz está para o jazz.
O Ulisses concordou e simplesmente não havia muito mais a ser dito. Afinal, comentar sobre o Shellac é superficial, ouvir é a principal coisa que você pode fazer para conhecê-los mais.

O disco começa com a frenética e interessante 'The End Of Radio' que em meio a letra, fala de aspectos técnicos do som dizendo "This microfone turns sound into electricity", e traz vocais desleixados que disparam "I got 5.000 watts of time" e berros como "THIS IS A REALLY GODDAMN EMERGENCY!" Tudo isso com uma guitarra que teima em manter apenas duas notas em toda a música. Independente do desempenho da bateria e do baixo. Realmente já virou clássica. Ouça a 'Steady as She Goes', brilhante na pegada inicial, com a guitarra de Albini vindo pra cima, te chamando para o conflito, para o impacto. Se você fugir é um cuzão, e se enfrentar, prepare-se: seja forte. Você acha exagero? Estou apenas tentando escrever, expressar o que é ouvir Shellac. 'Genuine Lulabelle' brinca como o tempo (ela tem mais de 9 minutos) , com o silêncio, com diálogos e claro, com os instrumentos e berros. A breve 'Spoke' começa com a pegada rockabilly até que Albini diz "Let the Drum!". E aí a batera come solta, vindo em seguida baixo e guitarra, os berros continuam acompanhados pela bateria. E se você acha que não há calma nesse disco, ouça 'Kittypants', com sua guitarra mais comportada.

É, meu povo. Trata-se de outro disco do Shellac of North America, do mesmo nível dos outros, sendo impossível haver alguma comparação com os anteriores. Afinal, o Shellac não muda e isso é bom, muito bom.

by Felipe Pipoko

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