terça-feira, novembro 28, 2006


República Castelo de Grayskull-Limeira

R: Egisto Jose Ragazzo, 426, Jd Nova Itália, Limeira

Dia 16 de Dezembro, à partir das 19hs.

Com as bandas Ctrl+Alt+Hell (SP), Space Little Rabbit (SP), Canções para um Mundo sem Humanos (São Carlos) e Isso não é Sexy é Animalesco (Campinas).

Venda de bebidas no local (breja 1.50)

Entrada grátis!

Tá pelo interior? Dá uma passada lá, caraio!

by Felipe Pipoko

quinta-feira, novembro 23, 2006



Também va ter show do Ctrl + Alt + Hell!

Junto com Slowliness...

É rock em dose dupla, man!

quarta-feira, novembro 22, 2006

Slowliness AO VIVO!


Slowliness ao vivo... coisa pra poucos, cara.

Vale a pena ir!

Se quiser ir, ta aí o flyer pra você se orientar.

by Felipe Pipoko

terça-feira, outubro 17, 2006

7ª Brahmod – A noite das mil danças.



Depois do estrondoso sucesso da última festa, com a presença de mais de 350 pessoas, a sétima Noite Das Mil Danças chega em clima de Jovem Guarda.

A Brahmod tem o orgulho de apresentar um dos melhores atos covers de Roberto Carlos do país, a banda RC6. Venha curtir, cantar e dançar ao som dos antigos sucessos do nosso rei, com destaque para os lados B que você nunca imaginou que iria escutar ao vivo e para algumas outras canções perdidas dos anos sixties tupiniquins.

Com a tradição de não deixar ninguém parado, os nossos DJs capricham na seleção e tocam as melhores pérolas do Soul, 60s Beat, Psicodelia, e Jovem Guarda. Para aqueles que não possuem as edições anteriores da Coletânea das Mil Danças, uma surpresa: durante a festa, alguns volumes antigos serão sorteados!!!!

Lembrando que os 10 primeiros a chegarem ganham a quinta edição da coletânea das Mil Danças. A entrada com desconto é somente para aqueles com nome na nossa lista de desconto do Orkut.

Convide o seu broto e venha dançar!!!

SERVIÇO:

7ª BRAHMOD - A NOITE DAS MIL DANÇAS

Data/Hora: 21 de outubro (Sábado) às 23h

Local: MOSH (João Pessoa, 1355)

Preço: R$ 8,00 até a meia noite(CDs grátis para os 10 primeiros) e para aqueles com o nome na lista R$ 10,00 após a meia noite

DJs: CARTIER, MODFATHER, PESCE & TIAGODELIC - tocando as relíquias da década de 60(SOUL, NORTHERN SOUL, 60s BEAT, PSICODELIA, JOVEM GUARDA)

Shows: RC6 (Roberto Carlos)

Lembrando que a entrada com desconto é só para os que estão na LISTA VIP na nossa comunidade no Orkut:

Brahmod: A Noite Das Mil Danças http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=12354932

VEJA AS FOTOS DAS NOITES ANTERIORES: http://ubbibr.fotolog.com/brahmod/

by Mary Farias

segunda-feira, outubro 16, 2006

Um pouco de Plato Divorak

Há quem diga que Porto Alegre respira rock e é um bom mercado de "novos e usados" na música, mas há quem diga também que aqui tem muito regionalismo e pessoas com cabeça fechada. Eu, no entanto, acredito que há algum tempo deixamos o regionalismo um pouquinho de lado e abrimos nossas mentes mais um pouco. E é impossível falar da cena musical porto-alegrense sem falar do ilustre Plato Divorak. Bastante conhecido no meio artístico da capital, Plato já trocou figurinhas na noite com muitos músicos que fazem a cena porto-alegrense ou que estão de passagem por aqui. Sua sonoridade rebusca a década de sessenta, sempre abusando da psicodelia, principalmente em suas letras. Uma personalidade incrível.
Leia a seguir uma breve entrevista falando um pouco sobre sua carreira, influências e seu novo projeto "Plato Divorak & Clepsidra":

Mary: Plato, fale um pouco sobre o início da tua carreira.

Plato: Adolescência marcada por psicodélicos como The Doors, Syd Barrett, Yes; morteiros como Velvet Underground, Stooges, O Terço, jovem guarda, vanguarda paulistana, direcionando a atenção para a primeiras formações elétricas no interior, no caso a cidade de Novo Hamburgo, com poesia beatnick, musas como Siomara, Simone e Michelle; iguais a mim na forma de pensar e a minha postura quase profissional de cantar.


Mary: Dê um top 5 dos melhores artistas de todos os tempos.

Plato: 1 - Arthur Lee
2 - Iggy Pop
3 - David Bowie
4 - Brian Wilson
5 - Arnaldo Baptista


Mary: Qual foi o melhor lugar que tu já tocou?

Plato: Salvador, em show solo com muitas pessoas observando, o lugar parecia um aquário, eu tinha lá amigos como o pessoal do Brincando de Deus, da Inkoma (não comi a Pitty) e lisergia (os caras me deram ácido). Não lembro o nome do lugar, uma espécie de neblina verde entorpecia o ambiente. Foi um show no fim de tarde.

Mary: E qual o palco dos teus sonhos?

Plato: Ele tem que ser espelhado e giratório, eu estou tocando a minha guitarra sobre um almofadão de cetim, o corpo de mulher belicosas está sobre a minha frente, uma lado a lado, verdadeiras odaliscas de sonho e um negão está no canto sentado na posição de lótus com um enorme pau na mão, pronto para bater na mulherada. É um palco psicodélico à la Pink Floyd 67.


Mary: E esse projeto com a banda Clepsidra, como está sendo?

Plato: O mais excelente possível. Estamos lançando um single pelo selo senhor f, ele contém três músicas. "Úrsula", "A Dança Do Exciter" e a experimental "Beatlesqueology". Estamos constantemente reinventando a nossa própria música, mesmo tendo apenas um ano e meio de estrada. As influências são Pop Art, Soul Music, Rock´n´roll underground, delinquência juvenil, frascos de HQ, cinema udigrudi, poesia agressiva e toda a forma de psicodelismo. Já tocamos em Sampa, Floripa, Curitiba e queremos chegar a um número maior de pessoas, pois somos o MC5 de nossa geração!


Mary: O que tu acha que está faltando atualmente na cena rock gaúcha?

Plato: Talvez visceralidade. Qualquer garoto rasga a blusinha para se tornar um grunge-man. E por muitos caminhos que estas voltas dêem, ele não conseguirá a arma secreta X do rock´n´roll. Falta muito. 70% é puro lixo, sem alma, organização e culhões.


Mary: Conte-nos sobre os planos para 2007.

Plato: Estou lançando meu terceiro disco solo chamado Besta Luminosa pelo selo paulistano Peligro Discos com material inédito, com direito a covers de Pink Floyd e De Falla. Músicos do calibre de Metamorfose, Astronauta Pinguim, Edu K, Analógicos, estão ali tocando músicas comigo, jams e hits, de forma livre. São músicas desde 1997 até 2002. Quero divulgar este disco para muitos lugares. Espero lançar também o disco da Clepsidra com distribuição nacional.

by Mary Farias

segunda-feira, setembro 18, 2006

Trail of Dead lança disco novo em Outubro

Depois do arriscado e controverso Worlds Apart (2005 – Interscope Records), os roqueiros de Austin-Tx, estão prontos para desbravar novos caminhos musicais. “So Divided” novo disco, chegara ás prateleiras no dia 23 de Outubro, data que inicialmente seria três semanas antes. O disco Worlds Apart vazou na internet um semestre antes de sua distribuição oficial, e devido á diferença em relação aos trabalhos anteriores da banda, dividio a opinião dos fans, mesmo assim o disco chegou a marca de 50.000 copias vendidas.

Conrad Kelly, vocalista e guitarrista, falou em uma entrevista para a Rolling Stones, que a banda se prepara para uma turnê com o Blood Brothers. Quando questionado sobre a reputação dos energéticos e explosivos shows da banda, Conrad respondeu: "I started to get annoyed when it felt like a routine. I'm not angry in the same way. I was when. I was young. That'd be the kiss of death. It's like what Quincy Jones always said, 'You don't write for money. You write music that makes you shiver.'

A produção do disco teve a ajuda de Mike McCarthy, algumas das faixas já anunciadas são: Stand In Silence, Wasted State of Mind, Naked Sun, The Goldheart Mountaintop Queen Directory (Guided By Voices), Witches Web (com coros de Amanda Palmer, dos Dresden Dolls), Eight Days in Hell, Life e Sunken Dreams.
O grupo, formado em 1994 em Austin (Texas), lança agora o seu quinto álbum, após: And You Will Know Us By the Trail of Dead (1998), Madonna (1999), Source Tags & Codes (2002) e Worlds Apart (2005), a Banda também lançou o EP The Secret Of Elena´s Tomb.

por Valter Lemos

quinta-feira, setembro 07, 2006

O que seria do rock sem a psicodelia?

É com prazer que recebemos mais uma integrante em nosso blog. A Mary Farias se disponibilizou à escrever sobre as novidades do underground de Porto Alegre, ou melhor, do Rio Grande do Sul, que tem uma cena riquíssima em questões de rock. Tive a oportunidade de morar por um tempo em algumas cidades do RS e com posso dizer: o pessoal lá RESPIRA rock, EMANA o rock. Seria injusto nos limitarmos ao perímetro paulista, deixando de lado tantas grandes bandas! Mary, seja bem-vinda!

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Porto Alegre não tem só Júpiter Maça, o very very psicodelic da Capital. O sub-estilo psicodélico, que quebra qualquer padrão do estilo musical mais sem padrão, o rock´n´roll, tem conquistado cada vez mais seguidores, fazendo surgir novas bandas insanas que experimentam e brincam com música, ao mesmo tempo que fazem um ótimo e responsável trabalho. E psicodelia não é só som, é atitude, é desprendimento e piração. É criar um novo imaginário em que todos participam, é criar mundos dentro de mundos com uma simples - ou nem tão simples assim-melodia. Os "psicodélicos" de POA rebuscam a moda, música e comportamento dos anos 60, misturando algumas tendências dos mods, sem nunca perder o toque contemporâneo dos 00's. Não seriam então psicodélicos "puros", seguindo a risca as definições. Porto Alegre estaria dando origem aos "neo-psicodelics"?

Mas teoria não é tudo, e a questão principal aqui é a música. Uma banda insana que vem fazendo um ótimo rock psicodélico e tem simbologias até no nome, é a DexTER sINister, banda aqui de Porto Alegre que mistura desde um "baião-psicodélico-apocalíptico, até um punk rock-progressivo-garageiro, com bastante recorrência de tons menores, exprimindo uma latente melancolia de existir, rindo com escárnio da dor, debochando com um sarcasmo impiedoso e ironizando constantemente tudo e todos, mas sem deixar a peteca cair e sem perder o bom humor, afinal, proporcionar diversão também faz parte do negócio".*

A definição dada pelos membros da dexTER em relação a banda foi extremamente interessante, típico de bandas psicodélicas: "As influências para a sonoridade da DexTER sINinster são inúmeras: tudo o que é mutante, tudo que se transforma, que não é estanque, assim como as contradições mundanas, a ambigüidade das coisas, o passadopresentefuturo ...tudo isso é matéria prima pra banda, que carrega esse existencialismo já no nome, extraído do latim Dexter (direita) e Sinister (esquerda)."

A atual formação da banda (que já passou por diversas mudanças) é a seguinte: Waltz Vagner no baixo e vocal, Kellen Z. na guitarra e vocal, [Man-Machine] no teclado, backing vocal,guitarra e programações, e Ponk Frederico na Batera e backing vocal.

O som da DexTER sINister você pode conferir em:
http://www.tramavirtual.com.br/artista.jsp?id=7799 .

A DexTER também tem comunidade no orkut:
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=114344

A segunda psicodelic band que está dando o que falar na cena porto-alegrense é "Os Incríveis Balões de Gás". Na verdade “Os Incríveis Balões” são de Gravataí, cidade metropolitana de POA, mas já se apresentaram em várias casas de show de Porto Alegre, como o Garagem Hermética, por exemplo. A banda conta ter influências de artistas como Rolling Stones, Júpiter Maçã, Edgar Allan Poe, Beatles, Mutantes, Pixies, Space Rave, Tim Burton, Cascavelletes, Iggy Pop e Syd Barret, afirmando que suas vertentes artísticas não se resumem apenas à música, passando também por cinema, literatura, etc. Com o lançamento do seu primeiro single, o "Besouro Suco", a banda já reúne vários admiradores de Porto Alegre e sua região metropolitana, onde realizam muitos shows também.

A quarteto é formado por Fábio Fantasma na guitarra e na voz, MarceloEfe na guitarra e na voz também, Vinicius Cowtias no baixo e vocal e Gabriel Bean na batera.

Com toda a sua atenção voltada às composições próprias, Os Incríveis Balões de Gás já estão preparando o segundo single e uma turnê pelo interior do estado e declaram estar prontos a todos os "novos convites e propostas, por mais indecentes e inusitadas que possam vir a ser".**

O som da banda também está disponível no trama virtual: http://www.tramavirtual.com.br/artista.jsp?id=40760

E para os “orkuteiros” de plantão:
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=6441467 (a descrição da comunidade é surreal!).

by Mary Farias (nossa correspondente em Porto Alegre)

quarta-feira, agosto 09, 2006

ESPAÇO EMPÓRIO RETRÔ!




Finalmente vamos inaugurar nossa marca, a Empório Retrô.

E novidade não para por aí: teremos um espaço pra outras marcas e artistas exporem seus trabalhos, tudo num clima de descontração e DJs discotecando o melhor do rock.

Grifes participantes: Badalhoka, Um Vintém, 300 Bones entre outras. Preços acessíveis, o bar estará aberto. Passe lá pra conversar com a gente! Vale a pena passar por lá! Fica na DJ CLub, na Al. Franca, 241 - Jardins (travessa da r. Pamplona). Funcionará no sábado, dia 12 das 15:00hs até às 20:00hs! E fique pra balada na DJ! Espero você lá!

segunda-feira, agosto 07, 2006

Superdrag: um dos pilares do nosso rock atual (Lemon Covizze)

Definir o som do Superdrag? Nada fácil, com influências tão diversas. Agregando elementos de bandas dos anos 60 como o pop dos Beatles e do Big Star, a psicodelia do The Zombies, aliado a guitarreira do My Bloody Valentine e a veia punk do Hüsker Dü e dos Replacements , o Superdrag conseguiu uma mistura única e variada, que vai desde as melodias pop agradáveis , passando por guitarras gritando e baladas introspectivas.
A banda seguiu tocando ao vivo pelos arredores de Knoxville, sua cidade natal e em 1995 lançou o lendário EP "The Fabulous 8 Track Sounds of Superdrag", pela gravadora Darla Records. O EP obteve excelente repercussão com a crítica, o que deu origem a um leilão de grandes gravadoras para assinar com o Superdrag, que optou pela Elektra Records, que nessa época caçou bandas do cenário alternativo para suprir a falta do Nirvana.

O álbum de estréia da banda, "Regretfully Yours", foi lançado em 1996. Obteve boas críticas e ainda trazia um single sério candidato a hit, a belíssima "Sucked Out". Em pouco tempo, a banda conseguiu destaque na MTV e nas rádios com "Sucked Out" e o disco atingiu 300mil cópias vendidas. No entanto, o segundo single, "Destination Ursa Major" não repetiu a performance do anterior, freando a trajetória do álbum "Regretfully Yours" no mainstream. O Superdrag embarcou numa extensa turnê, tocando mais de uma centena de shows, que ganhavam popularidade aos poucos, embora as novas músicas apresentadas pela banda durante as apresentações causavam uma certa estranheza. Enquanto o pop fácil de "Regretfully Yours" se tornava a marca da banda (evidenciado pelo ensolarado single "Sucked Out"), as novas canções (boa parte delas baseadas em piano) eram mais sofisticadas e obscuras.

O difícil segundo álbum, lançado em março de 1998, "Head Trip in Every Key" é bem mais ousado que o disco anterior, com trechos orquestrados, instrumentos requintados e tempos variados. Davis incorporou ao som do Superdrag, além do piano, o theremin e a cítara. Em uma das músicas, "Schuck & Jive", que apresenta elementos dissidentes dos Beach Boys, Davis canta sozinho harmonias de cinco vozes.

Embora o disco tenha recebido críticas melhores do que em sua estréia, a gravadora Elektra já não estava entusiasmada com o Superdrag, empenhando praticamente nenhum esforço na promoção do disco. Até mesmo o orçamento para o videoclip de "Do The Vampire" não foi aprovado, com a gravadora optando utilizar a verba para um video de uma banda techno, considerada mais comercial. Sem um single tocando nas rádios e MTV, o disco sumiu das paradas rapidamente, assim como ficou difícil agendar shows.
Agora você que esta lendo isso talvez esteja se perguntando, como uma banda desse peso pode ser considerada uma banda de 'one hit wonder'?

Com a falta de apoio da gravadora, o Superdrag coloca no mercado de forma independente a coletânea "Stereo 360 Sound", que reúne as demos dos primórdios de sua carreira, os b-sides dos singles e sobras de estúdio. De certa forma, "Stereo 360 Sound" renovou o ânimo do grupo, que retornou ao estúdio para gravar seu terceiro disco. No entanto, as pressões intermináveis para que a banda gravasse "hits" fez com que o Superdrag rompesse definitivamente com a Elektra. Frustrado com a situação, o baixista John Pappas abandona o Superdrag se dedicar ao Flesh Vehicle, projeto-paralelo que ele já havia montado há algum tempo.

Sem perder tempo, o Superdrag chama o baixista Sam Powers, que tocava na banda Who Hit John, de Nashville, para integrar o grupo. Em 1999, a banda abre o seu próprio estúdio, Knoxvegas, e inicia os trabalhos no seu terceiro álbum. "In The Valley of Dying Stars", que combina elementos dos dois primeiros álbuns, a energia de Regretfully Yours e os arranjos mais elaborados de "Head Trip in Every Key". O disco passou longe do grande público, mas foi bem recebido pelo circuito alternativo, onde parece ser o destino definitivo do Superdrag. O álbum foi lançado em 2000 pela Arena Rock Recording Company, recém-inaugurada gravadora independente de Nova York.

No ano seguinte, a banda lança um EP no Japão, contendo cinco novas canções e cinco regravações, incluindo aí covers para Kinks e Replacements. O álbum, chamado "Greetings from Tennessee", saiu pelo selo que lançou "In The Valley of Dying Stars" em território japonês, e foi gravado parte em Tóquio, e parte no estúdio da banda, em Knoxville.

Desse mesmo EP são aproveitadas três musicas Take Your Spectre Away / The Emotional Kind / I Guess It's American, que se juntam com mais três canções da banda The Anniversary, saindo assim um EP The Anniversary / Superdrag Split Vagrant Records em Novembro de 2001.
Em 2002, é lançado "Last Call For Vitriol", também pela Arena Rock, seguido de extensa turnê. Mais um sólido trabalho que consolida a atual posição do Superdrag, onde as trapalhadas de gravadoras grandes ficaram definitivamente para trás.

Agora chegamos ao fim da turnê o que vamos fazer? Vamos cada um tocar seus projetos e continuar a sermos bons amigos e fazer churrascos... E foi assim que cada um seguiu seu caminho, John Davis está com seu projeto solo onde canta musicas gospel e lindas canções de amor, Don Coffey, Jr montou seu próprio selo Independent Recorders em Knoxville, Brandon Fisher está feliz com sua família o mesmo serve para Sam Powers, é triste o fim? É, mas nunca eles afirmaram um fim, nos resta esperar a volta! E eu torço os dedinhos todo dia para isso.

by Lemon Covizze (contato: covizze@hotmail.com)

Que tal dar uma olhadinha no clipe do hit "Sucked Out"? Esse clipe é foda!

quarta-feira, agosto 02, 2006

Mando Diao - invasão sueca?

Você pode ter ouvido falar deles, que os caras são fodas, as composições de suas músicas e letras são muito boas... que os caras soam como os Beatles. Poxa, tem muita coisa rolando pela imprensa da crítica musical. Pelos deuses, eu acho 90% das coisas um exagero de fazer você rir. Cara, eu não tenho diploma de jornalismo, mas pelo menos um senso musical, ah, isso eu tenho. Ter senso musical não é ter gosto musical apurado, até porque ninguém é ALGUÉM pra julgar gostos musicais. Gosto musical é igual leproso, é intocável. Mas então, ter o "mínimo" senso musical ao criticar um som, é não fazer aquele alarde todo pra cima de bandas que estão começando. Ok, muita gente nas gerações anteriores corresponderam às expectativas, como os Ramones o fizeram entre outras lendas do nosso bom rock. Mas foram poucas. Se levarmos em consideração o número de bandas que já passaram pela cena e se foram sem marcar época, ou pelo menos sem lançar um hit, você ficaria de boca aberta. Tietar novas bandas ao ponto da extrema idolatria é coisa de quem não entende de som. Eu por exemplo, vejo o Lúcio Ribeiro de peruquinha chanel gritando pelos Beatles nos anos 60. Pode ter certeza, se ele fosse adolescente naquela época, ele seria uma daquelas tietes malucas beatlemaníacas! hahahaha!

Depois do alerta inicial, vamos falar do que interessa: o som do Mando Diao. Essa banda nasceu em 99, na cidade de Borlänge, na Suécia, cidade recorde em assassinatos e tráfico de drogas (hahaha! o recorde da Suécia deve ser o índice de assassinatos e drogas de uma cidadezinha do interior do Amapá!) . Os líderes da banda, ou melhor, escritores das músicas Daniel Häglund, tecladista e Björn Dixgärd, guitarrista já tocavam juntos em 95 numa banda chamada Butler. A banda acabou, mas eles continuaram em parceria, tocando e escrevendo músicas juntos. Tempos depois o baixista Fredrik Nilsson, guitarrista Gustaf Noren e o baterista Anton Grahnstrom foram incluídos na formação; Nilsson e Grahnstrom foram substituídos por Carl Johan Fogelklou e Samuel Giers e finalmente, eles formaram o Mando Diao.

Häglund e Dixgärd costumam ser comparados à Paul McCartney e John Lennon do Beatles, pela parceria, pelo fato de comporem as letras e sons e por serem polêmicos. Geralmente eles (a banda inteira) tenta se igualar aos carinhas de Liverpool com algumas pérolas: "ver o Mando Diao ao vivo é como ir a uma igreja. Nossos fãs nutrem por nós o mesmo sentimento que as pessoas nutrem pela religião" ou "nós honestamente acreditamos que nossas canções são melhores que as canções dos Kinks, Who ou ainda Small Faces. Podem até ser melhores que muitas canções dos Stones ou Beatles, ou iguais a elas. Nós competimos com as melhores bandas do mundo". Excesso de confiança é o que eles mais têm. É claro que o som dos caras jamais será igual ou melhor que o dos Beatles ou Stones, isso beira à blasfêmia. É claro que você pode ligar pontos do som dos caras da Suécia e dos caras da Inglaterra. Você sente uma intensidade gigantesca na música deles, aqueles yeah, yeah, yeah que vez em outra enchem suas músicas de entusiasmo. Se você ouvir a música P.U.S.A vai ser difícil não ver influência viva dos Beatles no som deles. A influência dos caras é muito boa, como você pode ver, bandas da invasão britânica se fazem presentes em muitos momentos da banda, mas você encontra coisas mais antigas também, como o blues (ouça a música Motown Blood) que ilumina muitas das canções deles e aquele folk tímido (ouça Lauren's Cathedral) que tem pitadas de Dylan e Cash. Existem algumas que viraram hits como Sheepdog, Mr. Moon, The Band, Cut the Rope, Clean Town. Essas aí são boas pra vocês sentirem a pegada da banda, que varia muito da extrema gritaria com seus YEAHS em Sheepdog e flutua com a tranqüilidade de Mr. Moon ou To China with Love que é muito boa. Quando eu discoteco, costumo avaliar a reação das pessoas ao ouvirem um novo som, e ao executar duas deles, a recepção ao som foi ótima, com várias pessoas perguntando que som era aquele. O legal disso não é se sentir o "Mr. Hype" se sentindo descolado e cool ao mostrar um novo som, mas revelar esse som, que é bom, pro pessoal ouvir e quem sabe esquecer alguns trastes que perambulam pela mídia. É um verdadeiro bem que faço ao rock!

Comparar o som deles com bandas atuais, bem, é foda. Mas podemos achar rastros de pop sueco no som deles, e podemos ligá-los ao Hives, Hellacopters e quem sabe um pinguinho de Caesars... já tivemos a invasão britânica nos anos 60. Seria a ocasião pra uma invasão sueca? Não, não...

Site Oficial:
http://www.mando-diao.com/en/

My Space:
http://www.mandodiaoband.com

segunda-feira, julho 31, 2006

Stars of Track and Field: quase hipnóticos

Uma tendência crescente no "novo rock" é acrescentar batidas digitais nas músicas. Claro que isso não é novidade, é só lembrar que nos anos 80 era difícil encontrar bandas sem aquela batidinha típica da década, proporcionada por uma bateria elétrica. Hoje em dia, as batidas digitais são bem diferentes, principalmente se tocarmos no quesito qualidade. Bandas e mais bandas aparecem no cenário indie dos EUA e estão se saindo bem, obrigado. Ghostland Observatory e The Fever são gratas surpresas que podem ser citadas aqui (não deixe de procurar essas duas bandas).

O Stars of Track and Field (não é a música do Belle and Sebastian que leva o mesmo nome) está entre essas bandas que surgiram nessa década que seguem essa tendência e apresentam um som despojado e repleto de influências que vêm do post-punk, new wave e vai até o Radiohead. Acredite, as batidas digitais dançam uma valsa fodida com a guitarra, formando uma atmosfera densa, formando um rock sólido, embora seja interrompido com trechos de vocal suave acompanhado de piano, como podemos notar na música With You. Se você ouvir Say Hello e fechar os olhos durante introdução que termina com a guitarra dando uma "sapatada na sua nuca", você vai notar a musicalidade aflorando em todos os canais possíveis. Os solos durante essa música são nostálgicos, o desempenho do vocal, o tempero que as batidas digitais dão, poxa, te fazem pensar: onde essa banda estava que eu não encontrei antes? O som deles também se mostra muito maduro durante canções mais calmas, como é o caso de Let Ken Green, quando os instrumentos e vocal suave, criam uma harmonia poucas vezes vista, quase hipnótica. Foreign Snow tem um desfile de som com a guitarra acústicas e vozes em perfeita sinfonia. É som para poucos.

Esses caras de Portland (Oregon, EUA) lançaram seu primeiro EP chamado "You Came Here for Sunset Last Year" e chamou a atenção da mídia especializada lá na América. Rádios independentes tocavam o som deles e divulgavam shows que não paravam de ser marcados (e como de costume, eu os achei na KEXP, rádio de Seattle). Você pode ver que a agenda dos caras está lotada, no MySpace. Eles contaram com bons produtores para essa EP, como Tony Lash (já produziu Dandy Warhols e Elliot Smith) e Jeff Saltzman (que já produziu o ex-pavement Stephen Malkmus), ou seja, trabalho sério e que deu frutos. E o maior fruto de todos é o primeiro álbum deles, o "Centuries Before Love and War" que contém algumas faixas do EP como Arithmatik, Say Hello e With You. Mas contém inéditas como Movies of Antartica, Century e Real Time (essas três você pode ouvir na íntegra lá no My Space deles). São canções que não fogem à linha do EP, complexas (no bom sentido) em suas composições sonoras e vocal intocável. Note algumas distorções de guitarra na faixa Century, nada mal, hein?

É legal ouvir os sons no MySpace, porém estou disponibilizando o EP deles. Vale a pena baixar e guardar. No MySpace só o a música With You pode ser baixada. (Você vai precisar do programa WinRar, uma espécie de WinZip)
http://rapidshare.de/files/27673697/Stars_of_Track_and_Field.rar.html

My Space:
http://www.myspace.com/starsoftrackandfield

domingo, julho 30, 2006

Mates of State: experimentalismo ao extremo

Pra quem não sabe nada sobre os aspectos técnicos da banda Mates of State, esse grupo é mais uma no cenário do rock alternativo. Guitarras, baixo, bateria, quem sabe um tecladinho e um vocalista. Mas aí que mora o erro. Esta banda, ou melhor, essa dupla, é composta por uma tecladista-vocalista e um baterista-vocalista. Formados em 1997 em Lawrence, no estado de Kansas, EUA, esses dois músicos já passaram de "promessa" pra "realização". Capazes de enganar ouvidos distraídos, Kori Gardner (tecladista e vocalista) e Jason Hammel (baterista e vocalista) ambos tocavam guitarra antes de formar a banda.

É incrível como os dois, encontram harmonia perfeita não só nos instrumentos, como nas vozes também. Um som, como eu havia dito, experimental é bem diferente de tudo que você já ouviu. Às vezes você pensa estar ouvindo algum som do Belle and Sebastian, de repente acha que está ouvindo algo do Spoon, mas definitivamente não há nada igual ao Mates of State. É claro que não estou dizendo que eles são incomparávies, geniais, usando adjetivos "lucioribeirinos"(se é que vocês me entendem), mas que essa banda tem tudo pra te impressionar, ah, ela tem!

Eles lançaram nesse ano de 2006 o álbum Bring it Back, o quarto da carreira deles, que sucede os três anteriores: My Solo Project (2000), Our Constant Concern (2002) e Team Boo (2003). Se eu pudesse recomendar algum álbum, recomendaria o Team Boo. Foi o que mais me marcou e ele serve como referência para notar evoluções nesse último disco. Os dois primeiros seguem uma linha mais tímida, típico de primeiros trabalhos. Team Boo já mostra uma confiança maior da dupla em seu trabalho. E o Bring it Back só coroa a banda com criatividade e vitalidade, em todas as músicas. Poderia indicar nesse último disco as músicas Think Long, Fraud in the 80s, Beautiful Dreamer e For the Actor, destaque pra essa última, com bateria cheia de energia e o teclado jorrando notas em sequência, sem parar.

Os caras experimentam e estão se saindo bem. E vocês? Que tal experimentar Mates of State?

MySpace:
http://www.myspace.com/matesofstate

Abaixo, um clipe da música Fraud in the 80s... vocês irão viajar com esse clipe!

sexta-feira, julho 28, 2006

Crystal Skulls - Ouça e relaxe

Se eu fosse perguntar pra um "pseudo-indie" daqueles bem "pseudo-intelectual" o que ele acha do Crystal Skulls ele me diria: "aff, isso é tão 2005!". Sim, isso vive acontecendo comigo, acreditem! Sim, o Crystal Skulls apareceu em cena no ano de 2005, lá na fantástica Seattle, berço de muito som fodido. E foi ouvindo a KEXP, rádio de Seattle, que descobri essa banda que soa limpa e relaxante. Aliás, já que toquei no assunto, eu acho que todos deveriam cultivar o hábito de ouvir rádios gringas... lá no Windows Media Player, na parte de rádio, você busca por indie rock e ele vai te listar uma pancada de rádios legais de todos os lugares do mundo. Pelo menos você fica antenado em sons novos. Mas voltando ao som dos caras, eles fazem um pop com distorção livre, e pra ser honesto, é foda você puxar uma influência dos caras, talvez ao captar o baixo nas músicas, você pense nos flashbacks dos anos 70, aquele "groovezinho", aquele povo todo dançando de calça boca de sino... puta merda... hahahaha! Você ouve na guitarra muito do blues, estilo delta e pode comparar o som deles ao som do The Shins, sim, se você curte Shins, com certeza gostará do CS. Christian Wargo assimila a leveza do som em seu vocal, leveza essa que anda de mãos dadas com as letras da banda, que geralmente falam de mulheres, sejam as mulheres deles ou mulheres de uma cidade cheia de fantasia (Away from Home), mas geralmente eles investem sua criatividade nas relações cotidianas entre homens e mulheres. Confesso que não é o meu tema predileto, mas puta merda, o som dos caras é legal! Estou disponibilizando para download o primeiro disco dos caras, o Blocked Numbers de 2005. Fiquem atentos às faixas Airport Motels, Hussy, Weak Spot e Hard Party. Pra informá-los, eles já lançaram novo álbum em 2006, chama-se Outgoing Behavior, que saiu pela gravadora Suicidal Squeeze. Se quiser ouvir alguns sons desse novo disco, visite a página deles no MySpace, eles disponibilizam 3 músicas lá.

Baixe o disco Blocked Numbers (você precisa do programa WinRar - tipo WinZip)
http://rapidshare.de/files/27335222/Crystal_Skulls.rar.html


Site do Crystal Skulls:
http://www.crystallskulsonline.com
MySpace:
http://www.myspace.com/crystalskulls

quinta-feira, julho 27, 2006

Jawles - estamos em 90?


Eu estava fuçando pelo orkut, você sabe, comunidade disso, comunidade daquilo. Ao mesmo tempo lia uma resenha do Arctic Monkeys no site da Trama e pensei: "caralho, será que estou na comunidade do Arctic Monkeys?". Fui verificar e confirmei: estava lá. Dei uma olhadinha num dos tópicos e um tal de Felipe pediu críticas para sua banda. Eu, curioso como sou, acessei o link e cá estou ouvindo as músicas. Pela segunda vez estou ouvindo a sequência de músicas.

O som deles. Sim, o som deles é INEGÁVELMENTE grunge dos anos 90. Você ouve a disposição dos instrumentos dentro da música, e pensa: é música inédita do Nirvana? Acredito que se o Kurt Cobain falasse português como sua língua nativa, com certeza soaria igual ao José Roberto que assume, com personalidade, o vocal da banda. A bateria simples e descomplicada de Hashena, é algo como o Charlie Watts dos Stones. E esse é o caminho do verdadeiro rock, à medida que você mistifica um som, ele repele o público e você sabe: público quer curtir rock, aquele rock que não delonga algo que pode ser executado com simplicidade sem perder a empolgação. A guitarra de Rodrigo é o resumo do grunge dos anos 90, algumas distorções bem fodas e som muito consciente. O baixo bem sincronizado, acompanha a bateria perfeitamente, como um bêbado acompanha uma inocente dama pelas ruas dessa vida louca, com seu papo de fracassado e seu bafo de canavial.

Sim, senhor! O Jawles é um grande achado em meio à tanta banda maluca do Trama Virtual. Experimente ouvir o som deles e ao mesmo tempo fechar os olhos e lembrar da época que você conheceu o rock nos anos 90, isso mesmo, Mudhoney, Nirvana, ALice in Chains... bem louco, hahaha. Mas com certeza posso avaliar positivamente o som dos caras, coeso e fruto de anos na estrada fazendo seu próprio som, provando que os caras não estão pra brincadeira. Boa sorte aos caras!

Quer ouvir o som do Jawles no Trama Virtual?
http://www.tramavirtual.com.br/jawles

quarta-feira, julho 26, 2006

Dois cigarros = Cafe Bizarre: Foi um bom negócio

Eu estava na fila da Funhouse aqui em Sampa, conversando com meus amigos e saquei um Lucky Strike. Acendi e logo fui surpreendido:

- Cara, você pode descolar um cigarro pra mim? - pediu Julio
- Claro - eu disse sacando mais um cigarro
- Você pode arranjar um pro meu amigo Joe-Joe também? - perguntou Julio
- Peraí, deixa eu pegar outro aqui...

Quando entreguei os cigarros para eles dois, o Joe-Joe cantarolou um trecho da música Cigarettes da banda deles.

- Toma, esse é o show da nossa banda, aparece lá. - me disse Joe-Joe, entregando um flyer
- Valeu, vou ver se apareço. - eu disse checando o flyer

Eu não imaginava que poderia trocar dois cigarros por algo tão valioso. Embora eu não tivesse ido ao show deles, peguei o flyer e procurei o som deles na internet. E o primeiro som que ouvi foi Cigarettes. Depois ouvi Little Junk Monkey. E finalmente eu estava convencido que havia encontrado uma grande banda.

O som dos caras, como eles sempre frisam é influenciado pelo punk rock e o glam rock de NY e Detroit dos anos 70. Guitarra de Júlio Abbud é sólida e remoe seus ossos por dentro com o mais puro rock'n'roll. Riffs descontrolados acompanham todas as músicas. O baixo frenético de Tattu e a bateria arrasadora e envolvente de Ras complementam a viagem sonora. A voz escandalosa de Joe-Joe te remete aos tempos CBGB e cia e te faz acreditar por alguns minutos que a geração maluca de 77 não se foi.

As letras falam sobre mulheres, bebidas, cigarros, drogas, evocando as antigas premissas punks para fazer um bom rock. E não pense que os caras são esses "punks de botique", eu posso dizer pra vocês: os caras são malucos mesmo. Talvez seja esse o motivo para sentir tanta intensidade no som deles, afinal, vida intensa, som intenso.

Segue aqui o link pra página deles no TramaVirtual e Myspace.
http://www.tramavirtual.com.br/artista.jsp?id=31570
http://www.myspace.com/cafebizarre

sábado, julho 15, 2006

Figurines – a grande promessa

Se eu fosse indicar alguma promessa entre as trilhões de bandas que aparecem diariamente no cenário do rock, eu não hesitaria em apontar os Figurines como o grande causador de expectativas em minha cabeça.

Esse dinamarqueses têm um som muito parecido com o do Built to Spill, que diga-se de passagem, é uma grande banda. Uma leve influência do Lo-Fi americano, estilo Pavement (preciso dizer que é uma grande banda?). O vocalista Christian Hjelm é algo do tipo Isaac Brook do Modest Mouse, só que numa versão nórdica. É um som inteligente, com boas letras, e contém algumas pérolas como a primeira do disco, Race You, que tem um piano muito bem trabalhado e lembra as canções da Cat Power. The Wonder conta com guitarras empolgantes, e empolgação essa que é espalhada por toda pista onde ela é executada. Vale a pena citar o clipe desta mesma música, algo excêntrico cheio de gente com máscaras, rosas saindo de umbigos, uma mulher patinando num corredor, enfim, se você curte um clipe malucão, não vai se decepcionar com esse. Pra encontrá-lo, é só procurá-lo no YouTube.

Se você curte um sonzinho relaxante, com guitarras mais leves, ouça I Remember. Essa é uma daquelas músicas que todo mundo vem te perguntar quando você a coloca no seu set-list de discotecagem. Pelo menos no meu caso, enquanto eu a discotecava, várias pessoas se aproximaram pra perguntar que banda tocava a tal música. Há uma perfeita sincronia entre baixo, guitarra e bateria e não se impressione se você se sentir impulsionado à apertar a tecla ‘repeat’ do seu som. E vejam só: os dinamarqueses buscam até no folk-country estilo The Thrills, a inspiração pra música Back in the Day, que te faz pensar que está no sul dos Estados Unidos, lá pelo lado do rio Mississipi, pescando e pensando em como a vida é boa (quem leu o livro On The Road do Jack Keuroac vai me entender).

Os Figurines é uma das poucas bandas que considero “intocável” nessa safra da presente década. Seis anos se passaram e de lá pra cá muita coisa apareceu e pouca coisa convenceu. Se você procura um novo som, diferente dessa bagunça que o indie-rock vem causando com sua mesmice de acordes e letras, pode ter certeza que encontrará nesses caras vários motivos pra acreditar que o rock pode se renovar por séculos e séculos.

Pra facilitar, por que não colocar o clipe aqui no blog? Pelos deuses, vocês vão curtir esse clipe!
The Wonder - Figurines

sábado, junho 10, 2006

RECOMENDAÇÃO: THE DEPARTURE

Após ouvir durante uns dois meses, lembrei de recomendar essa banda inglesa de Northampton. Foi criada em 2004 e tem influências de Joy Division, Echo and the Bunnymen, The Cure e por aí vai. Você certamente vai associar o som deles com o do Interpol, ou seja, muito bom!

Gostaria de recomendar as músicas Talkshow, Only Human, All Mapped Out e Arms Around Me. Tentei buscar a opinião de pessoas em comunidades de musica indie no orkut, mas vocês já sabem... um teve a manha de dizer: "Departure é tão 2005". Digam-me: não dá vontade de matar um filho da puta desse? Preferi ouvir por mim mesmo e ser egoísta ao ponto de expressar minha opinião mesmo.

Fica aí a recomendação. Pra mim é uma das melhores bandas que apareceram nessa presente década.

http://www.youtube.com/watch?v=DizwVtq7SoU&search=the%20departure

segunda-feira, maio 29, 2006

Wolfmother - Lá vem mais uma salvação!

É amigão... lá vem mais uma grande banda... a melhor banda de todos os tempos dessa semana!

O Wolfmother é uma banda originária de Sydney, na Austrália e segue a linha de som do Led Zeppelin, Black Sabath e Deep Purple. Sim, um hard-rock psicodélico dos anos 70, com guitarras bem trabalhadas, vocais histéricos e baterias moendo à toda hora. Não vamos falar em produção musical, porque hoje em dia, quase tudo é muito bem produzido e o álbum Wolfmother não fica fora. O som dos caras, em questão de hard rock, é bom, bem trabalhado, repleto de riffs e o vocalista Andrew Stockdale soa às vezes como um Robert Plant mais masculino, e lembra o Ozzy , principalmente nos auges vocais. Tem muita gente que detesta Led Zeppelin entre outros nomes dos anos 70 de sons parecidos, mas adorarão o Wolfmother porque a mídia vai fazer o trabalho de mascarar tudo (como sempre). O Lúcio Ribeiro já disse que o Wolfmother era a banda que faltava pra compor os quatro pilares do hard-rock dos anos 70 (como havia dito acima, Led Zeppelin, Deep Purple, Black Sabath e agora Wolfmother). Como sempre, o colunista grup e groupie mais babaca da imprensa mundial, exagerando ao exaltar uma nova banda. O que me revolta é o fato de uma banda boa nascer e na hora, um cara, ou melhor, vários caras que têm na mão o poder de formar opinião já exageram, já dão honras de proporções lendárias aos jovens músicos. Pelos deuses, até quando esse povo cabaço vai dar credibilidade pra eles?

Resumindo: os clipes estão sendo passados dias e noites na MTV. O Lúcio Ribeiro vai enrolar o encarte do cd deles e enfiar no rabo de tanto tesão que ele tem por eles. As rádios também estão tocando. Programas serão feitos para destacar essa banda. Por favor, baixe o disco deles e analise as músicas. Não caia nesse papo de hype...

Wolfmother é hype! Traduzindo: Cuidado!

by Felipe Pipoko

sexta-feira, abril 14, 2006

Guided by Voices: um pequeno resumo

Usei o texto do allmusic.com com texto base para esse pequeno resumo. Tenho certeza que faltam muitas coisas, mas não podia deixar de postar algo sobre minha banda do coração.

Inpirado igualmente pelo jangle pop e o post-punk, o Guided by Voices fez um indie rock contagiante, que fazia a gente se sentir em algum lugar entre a invasão britânica e o rock progressivo.

Depois de gravarem 6 álbuns lançados por eles mesmos, a banda de Dayton, Ohio, atraiu uma grande quantidade de fãs do underground indie americano.
Professor, Robert Pollard formou o Guided by Voices no começo dos anos 80. Em toda história do grupo, Pollard foi figura central, escrevendo a maioria das músicas e liderando em todas as fases do Guided by Voices. Durante os anos 80, Pollard foi frequentemente ajudado por Jim, seu irmão, que continuou escrevendo músicas mesmo depois de sua saída do GBV. O Guided by Voices ainda não era uma banda totalmente formada até a entrada do guitarrista Tobin Sprout eo baixista Dan Toohey em 1985.

Um ano depois o GBV lançou seu primeiro EP - Forever Since Breakfast pela gravadora I Wanna Records.

Primeiro Álbum - Devil Between my Toes pela sua própria gravadora G Records em 1987. Meses depois lançou (ainda em 1987) o álbum Sandbox, pela gravadora Halo. Pela mesma gravadora, eles lançaram, em 1989, o álbum Self-Inflicted Aerial Nostalgia. Em 1990 lançaram Same Place the Fly Got Smashed, pela gravadora Rocket #9.

Durante a segunda metade dos anos 80, o Guided by Voices era um hobby. Raramente eles se apresentavam. Um grande número de músicos apareceram na banda durante os anos 80. Aproximadamente 40 músicos passram pelo Guided by Voices!

Em 1992, o GBV acrescentou Mitch Mitchell (guitarrista rítmico) e Kevin Fennel (baterista) em volta da gravação de Propeller, lançado em 1992, gravado pela Rockathon Records.
Em 1993, na garagem de Steve Wilbur, o GBV gravou o álbum Vampire on Titus. O mesmo Wilbur tocou guitarra e baixo nas músicas do álbum. Este álbum foi o primeiro à ser lançado bela gravadora indie de Cleveland, a Scat. Graças à isso, o Guided by Voices conseguiu fãs ilustres, como Kim Deal (do Pixies, Breeders) e Thurston Moore do Sonic Youth.

Em 1993 a banda começou a tocar ao vivo pela primeira vez em vários anos com Greg Demos substituindo Dan Toohey no baixo. Na primavera de 1994, a Scat entrou com uma distribuição nacional em acordo com a Matador Records. O primeiro álbum lançado sob esse acordo é o Bee Thousand. Incrivelmente, foi bem aceito pela crítica, recebendo grandes elogios das revistas Rolling Stones e Entertainment Weekly. Finalmente Pollard parou de ensinar na escola um pouco antes do lançamento do Bee Thousand. O GBV excurssionou muito com esse álbum, aparecendo várias vezes no Lollapalooza. O vídeo "I am Scientist" foi ao ar diversas vezes na MTV. Demos deixou a banda em 1994 para estudar Direito e foi substituido pelo jornalista musical Jim Greer. Através do lançamento de Alien Lanes em 1995, o grupo entrou de vez na Matador Records. O contrato com a Scat terminou com o lançamento de um box, com 5 discos, contendo os álbums antes do Propeller. O álbum Alien Lanes foi recebido com ótimas críticas e o GBV saiu para sua primeira grande turnê pelos EUA.

Jim Greer deixou a banda antes da gravação de Under the Bushes Under the Stars, que foi lançado na primavera de 1996. Pollard e Tobin Sprout, ambos lançaram trabalhos solo no MESMO DIA. As gravações foram rapidamente seguidas pelo lançamento de um EP um mês depois. Pollard e Sprout sumiram durante uma turnê extensa em 1996, causando assim, a demissão de Pollard do grupo.

No fim de 1996, Pollard gravou o Mag Earwhig! com apoio da banda punk de Cleveland chamada Cobra Verde. Em 1999 o Guided by Voices deixou a Matador para assinar contrato com a TVT Records, que emparelhou a banda com o produtor Ric Ocasek, com a esperança de dar ao álbum Do the Collapse um som mais amigável com o rádio. Pollard, entretanto, proporcionou aos fãs dos seus mais antigos trabalhos ouvir sons de seu período Lo-Fi com Suitcase: Failed Experiments and Trashed Aircraft, um box com 4 discos, apresentando 100 canções não lançadas no espaço de 25 anos. Enquanto o segundo álbum do GBV pela TVT Records, Isolation Drills, recebia fortes críticas com seu hard-rock, o GBV não expandiu sua base de fãs além de seu leal público "cult" e em 2002 o GBV voltou a Matador com o álbum Universal Truths and Cycles.

Em 2004, Pollard começava a anunciar aos seus fãs que iria terminar o GBV no fim desse mesmo ano. O último álbum da banda Half Smiles of the Decomposed, foi lançado em agosto e a turnê em cima desse álbum terminou no New Year's Eve show em Chicago. Pollard após romper com o Guided by Voices, assinou com Chapel Hill's Merge Records e anunciou planos para carreira solo em 2006.

Crítico de rock e formador da banda, Jim Greer lançou "Guided by Voices: A Brief Story: Twety-One Years of Hunting Accidents in the Forests of Rock and Roll. Existe ainda um box com materiais não lançados entitulado "Suitcase 2: American Superdream Wow. Não poderia deixar de citar que o álbum Propeller foi reeditado.

by Felipe Pipoko

Israel x Rock (não é texto anti-semita, babaca!)

Com toda essa ladainha de “salvação do rock”, tive que usar de meus conhecimentos no campo da religião e da história para fazer um pequeno paralelo.

O povo judeu, para quem não sabe, viveu anos gloriosos, onde esbanjava poder, riqueza e influência pelo mundo antigo. Grandes homens governaram o povo hebreu, com braço forte, sempre mantendo os inimigos à distância e impondo respeito. Homens como Moisés, Saul, Davi e Salomão foram marcantes em sua história. Moisés levou a lei. Saul iniciou a monarquia. Davi, governou e trouxe conquistas inimagináveis. Salomão trouxe o “glamour” para o trono hebreu, levando Israel ao auge de sua glória, quando reis e rainhas saiam de muito longe para conhecer esse que era o rei mais sábio de que se tinha notícia.

Passaram-se os anos, e os reis foram “perdendo a qualidade”, trazendo desgraças para o povo com sua ignorância e decisões erradas. A Babilônia veio e dominou Jerusalém, levando quase todo o povo cativo, para a própria Babilônia, talvez o momento mais deprê da história judaica (junto com o holocausto). Desde essa época os judeus cultivam a esperança na vinda de um novo Davi, ou Moisés, ou Salomão. O chamado MESSIAS. Os cristãos juram que esse cara era Jesus. Os judeus desmentem, afinal, que Messias mais “pé-de-chinelo”! Hoje em dia, o povo judeu (israelense) não tem do que reclamar. Seu país é forte, influente, venceu guerra contra todos os países árabes ao mesmo tempo. Tem um dos maiores e mais equipados exércitos do mundo. Tem a cidade de Jerusalém em suas terras (embora a ONU à considere uma cidade internacional). Hoje Israel vive grandes tempos. Precisaria Israel de um MESSIAS?

Baseado nessa aula de história judaica (quase um artigo de revista religiosa), te pergunto: ‘a mídia não está esperando um MESSIAS para o rock?’. Poxa, quantas vezes você não ouviu falar, ou leu sobre a expressão “salvação do rock”? Seria exagero traçar um paralelo entre a história judaica e o rock’n’roll? Pense bem: o rock’n’roll também viveu seus “anos dourados”. Elvis, o Moisés do rock (hahhahahaha eu tinha que rir disso), trouxe o conceito sobre o novo som, trouxe as influências necessárias, traduza conceito e influências como os dez mandamentos de Moisés. Pronto, o rock estava feito! Jerry L. Lewis, Chucky Berry, Boo Didley... poxa, estavam todos ali, fazendo ROCK! Aí chegaram os reis, Beatles, Rolling Stones (Davi e Salomão) e outros nomes do rock, compondo a monarquia. De repente chegam os anos 80! Muita gente pode considerar essa década a Babilônia do rock! A decadência, o cativeiro. Poucos se salvaram, como Joy Division, New Order, Smiths e alguns outros. Toques eletrônicos, batidas fortes... o “calvário” da guitarra (seja ela punk ou progressiva). De repente, (ilustrando os tempos de Israel de hoje) aparece o Nirvana! Esses carinhas de Seattle balançaram de fato o rock. Libertaram o rock (cito Nirvana devido à sua exposição na mídia)! O rock tomava novo fôlego, com Oasis, Blur entre outros titãs dos anos 90. E começam os anos 2000. Uma banda americana aparece em 2001 com o título de “A SALVAÇÃO DO ROCK”. Os Strokes! Trazendo nova concepção para o rock! Trazendo novas glórias! Novos tempos estão por vir. Seriam os Strokes o MESSIAS que o rock precisa? Opa! Pergunta errada: O rock precisa de um MESSIAS mesmo? Não! O rock foi eternizado desde os primórdios dos anos 50. Siga a lógica simples: o que é eterno, não morre (sim, tipo Highlander). As pessoas que precisam de salvação, são pessoas mortais. Ora, por que algo que é eterno iria precisar de algum tipo de salvação? Logicamente, não.

Da mesma forma que não há necessidade de um MESSIAS para os israelenses (os caras já são muito bons e poderosos), o rock é muito bom e poderoso pra carecer de um salvador. Os Strokes marcaram nossa década, sem dúvida. Mas não são a salvação, o MESSIAS do rock. Nem eles, nem Kings of Leon, Libertines, muito menos Arctic Monkeys. Muita calma, pessoal, muita calma nessa hora.

by Felipe Pipoko

quarta-feira, abril 12, 2006

Hype é o caralho!

Já não agüento mais ouvir essa palavra idiota que alguns brasileiros pseudo-intelectuais insistem em agrega-la ao nosso vocabulário: HYPE. Não vou buscar no dicionário o seu significado porque os dicionários mais moderninhos ainda não a consideram um substantivo popular, como por exemplo, o verbo “deletar”. Seja o que for, HYPE significa COOL e COOL é ser legal, descolado, estar na última moda.

Nos últimos tempos, bandas novas do cenário do rock tem sido taxadas de HYPE, criando uma classificação injusta. A verdade é que as pessoas que trabalham na mídia, em sua maioria, anseiam por uma banda que revolucionem o mundo musical, como os Beatles revolucionaram, como o Sex Pistols revolucionou, como o Nirvana revolucionou. A sede por algo que revolucione o rock novamente, trás uma ignorância gigantesca à tal ponto de inventarem uma expressão bem conhecida, iniciada com os Strokes: SALVAÇÃO DO ROCK. Caramba! Desde que os Strokes apareceram em 2001, já cansei de ver bandas que vieram pra “salvar o rock”. Poxa, julguem por si mesmos: o rock precisa de salvação mesmo? Ou ele está desgastado como qualquer outra arte, tipo, a moda. Costumo ouvir muito dos “tiozões old-schools”: - O que tinha que ser inventado no rock, já foi inventado. A partir de agora é só influência. Costumo concordar com eles. Veja que antigamente, os Beatles, Elvis, Rolling Stones tinham como influência outros estilos musicais, como o blues. Não existia um precursor rockeiro o qual eles admirassem. Hoje temos farto banco de influências nas últimas 5 décadas! O rock não precisa de salvação ou renovação. Ele precisa de sossego e de compreensão. Como toda arte, ele se desgasta inevitavelmente. O desespero é imenso, e as bandas novas que mostram alguma influência forte de outra banda revolucionária antiga, já são denominadas de HYPE. O som mais COOL do rock atual!! Palmas!

O Arctic Monkeys apareceu em 2005 e deu um susto na mídia especializada! Você costuma ouvir: “As vendas bateram recordes e mesmo assim eles disponibilizavam suas músicas para serem baixadas na internet! A banda com a cara da nova geração. Geração antenada, geração meio real, meio virtual. São garotos!! Nenhum deles tem mais de 19 anos! Uau! Incrível! Ouça o som deles! Tem um toque de The Clash, com batidas fortes!” – Concordo com tudo isso. Acho o som dos caras bem legal, se evoluírem mais, poxa, vão ser muito bons! Porém, por soarem com sua influência de punk rock antigo com algo eletrônico, já soam como a salvação que o rock precisava! O rock não precisa ser salvo, em hipótese alguma. A verdade é que temos o rock da nossa geração, com muitas bandas boas (se fosse citar todas, não escreveria artigo), e todas com suas influências, tocando para pessoas de seu tempo. Gostamos de ouvir The Clash, por exemplo, London Calling, mas não podemos desprezar uma banda que tem influências forte do mesmo Clash. É preciso saber separar. Se alguém inovou nessa nova geração, façamos justiça aos Strokes. Seja em som, visual e atitude. Não sou um fã dos Strokes, porém acho que eles iniciaram uma nova onda, não só nas bandas posteriores como na mídia em geral, que buscavam um novo Strokes.

Ao pessoal da mídia: hoje em dia, informação é rápida e inextinguível. Quando você menos percebe, algo novo aparece. O mundo da informação é rápido e descartável. A nossa geração é prejudicada por isso. A cada dia conhecemos uma nova banda. Minha cabeça vai um dia explodir de tanto conhecer bandas novas. A mídia, acostumada à essa rapidez, quer revoluções rápidas também. Quer revoluções por dia. Quer inovações por minuto. E dou uma dica de alguém que ama esse mundo do rock: respeitem esse senhor de mais de 50 anos chamado Rock’n’roll. O rock permanecerá o mesmo em sua essência, pra sempre. Não adiante querermos transportar nosso modo rápido de viver, o rock é devagar e eterno. Tem suas fases e ninguém mudará isso. Arctic Monkeys é muito bom, mas não é revolucionário, não é inovador. Tem boas influência, mas não é tudo isso que estão dizendo! Ouviu, senhor Lúcio Ribeiro?

by Felipe Pipoko

sexta-feira, abril 07, 2006

IndieWorm Radio - Alternative Rock

VISITE NOSSA RÁDIO!
IndieWorm Radio - Alternative Rock
www.indiewormradio.cjb.net
(clique no link LISTEN com o Winamp aberto)

quarta-feira, abril 05, 2006

Analisando - Sons and Daughters

Não sei se é impressão minha ou por ser fã do Belle & Sebastian, mas a Escócia vem revelando ótimas surpresas.

Uma das ultimas descobertas foi o SONS AND DAUGHTERS, formado por Adele Bethel (voz, guitarra e piano), David Gow (bateria e percussão), Ailidh Lennon (baixo, bandolim e piano) e Scott Paterson (voz e guitarra), sem fugir muito do trivial do "novo" rock moderninho essa banda se apresenta muito bem com instrumentos peculiares que tornam sua música agradável sem estuprar os ouvidos seguidos por vocais doces e melosos.

Há quem diga que o S&D será o novo FRANZ FERDINAND com músicas que grudam na mente sem chatear, ou seja, uma formula de sucesso.

Algumas casas de SP já tem em sua programação as músicas "Medicine" e "Taste The Last Girl".Devido a sua aparente influência FOLK, os fãs de Belle And Sebastian,White Stripes e Patti Smith Group com certeza vão encontrar algo de agradável nesta estréia.

Quem sabe logo logo não vemos isso por aqui?

by Zafa Pimentel

Analisando: Lemonheads - Come On Feel The Lemonheads

O Lemonheads tinha a faca e o queijo na mão hora de lançar "Come On Feel The Lemonheads". A banda vinha de um disco de sucesso bem recebido pela crítica, com vendagem em alta, amplos espaços na mídia (se pelos motivos certos já é outra questão) e, principalmente, um punhado de grandes canções novas. Era só fazer a bolacha e partir pro abraço, mas a banda de Evan Dando bagunçou tudo.
O que era para ser uma consagração, com a conquista de um espaço definitivo acabou se revelando uma decepção, num baque que o Lemonheads nunca se recuperou completamente até o fim dos seus dias. Se muita gente até hoje não leva a música de Evan Dando a sério, muito se deve a "Come On Feel The Lemonheads", e mais precisamente às atitudes de Evan na época. Isso significa que o disco é um desastre? Não, até longe disso, as grandes canções estão lá. Mas simplesmente o disco não funciona como um todo, com uma série de momentos dispensáveis e idéias mal-acabadas. Isso se revela de forma mais gritante a partir da segunda metade do disco, que exige uma boa dose de paciência do ouvinte.


"Come On Feel" começa muito bem, com uma seqüência de boas músicas. Os semi-hits estão todos no início, o pop rock certeiro de "The Great Big NO" e a singela "Into Your Arms".

A balada "It's About Time", já testada e aprovada na estrada bem antes de entrar no disco e a veloz mas não furiosa "Down About It" são outros dois grandes momentos. "Paid To Smile" tem belos versos, mas o refrão não segura e o final é meio entediante. Como várias faixas do disco, conta com a participação do vocal meigo de Juliana Hatfield, que foi um diferencial no álbum anterior do Lemonheads, mas em "Come On Feel" traz alguns momentos duvidosos.
"Big Gay Heart" é uma balada ao violão com guitarra steel. Foi até lançada como single, embora a temática restritiva da letra. A música é boa e o trecho "Do you have to try to piss me off 'cause I'm easy to pleeeeeease" culminando com a quebrada na bateria é especialmente marcante, mas o refrão é uma martelada, quase uma lavagem cerebral. Repete "big gay heart" em versinhos tolos nada menos que dezesseis vezes. Um pouco demais não?

"Style" é a música mais queima-filme do disco, falando abertamente do uso de drogas do vocalista. "Don't wanna get stoned / but I'm not wanna not get stoned" dá a idéia de como andava a relação de Evan Dando as drogas na época. Aliás, em cada um dos três últimos discos do Lemonheads há uma música sobre drogas. Enquanto a primeira, "My Drug Buddy" era uma verdadeira declaração de amor, "Losing Your Mind" (de Car Button Cloth, de 1996) foi o último capítulo, gravado direto do fundo do poço. A entorpecida "Style" está no meio do caminho. Revela o impasse na letra que não sai do lugar. (=prisão?)

"Rest Assured" é mais um rock, não tão bacana quanto "Down About It", mas dá o seu recado. A divertida "Dawn Can't Decide" cruza a fronteira entre a boa-intenção de soar espontâneo e o feito "nas coxas", com letra improvisada e um tanto sem sentido, soando descartável. "I'll Do It Anyway" é daquelas canções meiguinhas de Evan Dando. No refrão, Evan divide os vocais com Juliana Hatfield numa linha bem Leno & Lilian, Luan & Vanessa ou algo que o valha. Pareceu caricato, forçado.

O disco perde o pique de vez com a repetição de "Syle", rebatizada como "Rick James Style" em uma versão chatíssima em câmera lenta, que conta com a participação de (adivinhou?) Rick James. James foi músico funk de muito sucesso nos EUA durante os anos 70/80 mas enfrentou problemas judiciais por uso de drogas que interromperam sua carreira por diversas vezes. Infelizmente, a participação dele no disco do Lemonheads pesa apenas como curiosidade e pouco contribui para evitar o skip para a próxima faixa.

De qualquer forma seria difícil levantar o disco depois da segunda "Style" e a tarefa coube a simpática "Being Around". De letra bobinha e engraçada, talvez "Being Around" funcionasse bem em outro contexto mas aqui soa dispensável. Dá a impressão de fórmula gasta, é mais uma canção leve de violão com guitarra steel acompanhando. Na seqüência, mais violão (sem a guitarra desta vez) surge com "Favourite T", a balada mais delicada e emocionada do disco, com Evan cantando baixinho próximo ao microfone. "Favourite T" é mais uma prova de como Evan Dando não levou a sério esse disco, a letra é uma verdadeira ode a sua... camiseta favorita.

"You Can't Take It With You" é o último lampejo do disco, com um arranjo interessante de guitarra e uma melodia verdadeiramente boa. Até que desacelera, engasga e entre risos Evan Dando manda ver um encerramento com uma letra de auto-ajuda sarcástica de gosto duvidoso. Não teve graça, Evan.
Acabou? Ah, sim. Ainda temos "The Jello Fund", com seus 15 minutos de duração de tédio entre brincadeiras ao piano, pitadas de hard rock e barulhinhos de estúdio.

É difícil não ouvir Come On Feel sem ficar com a impressão de algo incompleto, mal-acabado. Poderia ter sido um grande disco mas ficou no meio do caminho, e no final das contas é apenas um punhado boas músicas perdidas no meio da bagunça que se tornou a carreira do Lemonheads na época.

by Limão Covizze

sexta-feira, março 31, 2006

Analisando: Mudhoney - Here Comes Sickness

Antes de iniciar a review deste álbum de uma das mais (melhor eu frisar isto), umas das MAIS IMPORTANTES bandas de todos os tempos (não, não é exagero), devo explicar uma coisa: eu preferiria estar escrevendo sobre álbuns essenciais e excelentes, tais quais "Superfuzz Bigmuff", "Every Good Boy deserves Fudge" ou "Tomorrow Hits Today".

Mas, infelizmente, nós brasileiros não podemos encontrar um desses álbuns em lojas e, quando acontece de aparecer, vieram direto dos EUA e todos devem saber que a nossa moeda está tão ruim quanto o gosto musical dos cariocas neste carnaval. Resumindo: se você é um fã do Mudhoney e não é rico ou disposto a vender as suas próprias roupas para comprar os CDs (pedir emprestado? alugar? eu ainda estou falando do Mudhoney, quem tem CDs do Mudhoney?!), é bom olhar melhor para este ao vivo ou para a coletânea March To Fuzz...
Críticas às gravadoras à parte, este álbum, "Here Comes Sickness", lançado em 2000, tenta fazer uma retrospectiva da carreira da banda, com três shows, um de 89 e outros dois de 95. Bom, este já é o primeiro problema, pois 17 das 21 músicas deste álbum foram tiradas da turnê de "My Brother the Cow", de 95, daí o fato da maioria delas saírem deste álbum. Não que isto seja ruim, porém faltaram algumas músicas essenciais, como "Blinding Sun", "Sweet Young Thing (Ain’t Sweet No More)", "Good Enough".

Bom, após tantas críticas é melhor falar de tudo o que este álbum oferece: primeiramente, deve-se ressaltar que o Mudhoney é uma grande banda ao vivo, espero que todos que estejam lendo esta review tenham tido a oportunidade de ir ao show da turnê do Mudhoney ao Brasil e não tenham desperdiçado. Falando do ponto de vista de alguém que pôde ir tanto ao Rock In Rio quanto à apresentação do Mudhoney no Rio, as três horas de espera para ver uma hora e meia de show colocam R.E.M., Silverchair, Foo Fighters e Neil Young no chinelo...

Voltando ao álbum, hits como "Suck You Dry", "Touch Me I’m Sick" e "Judgement, Rage, Retribution and Thyme" com certeza te darão um calafrio na espinha, enquanto que as outras são empolgantes, muito bem escolhidas para serem tocadas ao vivo, como a b-side "Editions of You", a instrumental "Fuzzgun 91", o clássico "You Got It", e a que aparece duas vezes, "Poison Water Poisons the Mind". Não se pode negar que Layne Staley e Chris Cornell são os maiores vocalistas de Seattle, no entanto, quando Mark Arm canta, ele é capaz de transformar qualquer música numa pérola, como você pode conferir escutando as baladas sinistras "If I Think", "Dissolve" (que começa com Mark Arm: "watch me now"), "In My Finest Suit" e "When Tomorrow Hits", responsáveis pelos melhores momentos deste álbum. Também são destaques absolutos a música que dá nome ao disco e o abre, "Here Comes Sickness", "You Make Me Die" (com seus um minuto e meio de música - quando Mark Arm canta "think you’re the best, you make me die", você deverá repensar seus conceitos sobre o que é ser o melhor vocalista), "Into Yer Schtik" e, finalmente, a cover dos Dick e que sempre fecha os shows do Mudhoney, "Hate the Police", que tem Mark Arm gritando à plenos pulmões (segundo o próprio, "esta música não é nossa, mas a gente gostaria que fosse").

Enfim, este é um daqueles poucos casos em que você escuta 21 músicas direto e pergunta: "já acabou?" Pensando melhor, vá agora mesmo atrás de todos os outros álbuns desta que é umas das grandes bandas da última década. Afinal, você não precisa de tantas roupas assim...

by Limão Covizze

quinta-feira, março 30, 2006

Analisando: Ghostland Observatory - Novidade

Ouvindo minha rádio gringa preferida, a KEXP (Seattle, EUA), ouvindo meu programa de rádio preferido, John in the Morning, atentei para um som eletrônico que tocava. Estava distraído, quando o DJ John colocou uma banda que eu nunca havia ouvido falar! GHOSTLAND OBSERVATORY. Fiquei intrigado com as batidas, os efeitos... som que lembra um pouco o Kraftwerk, só que dotado de guitarra e um vocal empolgante. Rádio boa é aquela que põe, em tempo real, o nome da música que está tocando. E a KEXP não fugiu à essa regra das boas rádios. Mas não foi o suficiente. Não achava nada sobre essa banda! Até que olhei pro set-list do John é vi uma informação, uma observação ao lado do nome da banda: o endereço onde posso encontrar mais informações sobre eles! Não pensei duas vezes e acessei. Logo me deparei com quatro músicas disponíveis pra serem ouvidas:

Sad Sad City
Stranger Love (a que tocava na KEXP)
Silver City
Rich Man

Caramba! Como eles são bons! Ouvi as quatro músicas diversas vezes, e fiquei impressionado com as viradas, as sincronias, os efeitos simples, que unidos dão uma complexidade às faixas. Os destaques, na minha opinião, são Stranger Lover e Rich Man.

Algo que me chamou a atenção no site foi a comparação que eles fizeram para o som deles: igual à um robô fazendo amor com uma árvore! Hahahaha! Dá pra entender? Não se culpe se você não compreender, é coisa de gente louca mesmo!

Entre as influências deles estão: Vince Young, Daft Punk, Los Tigres Del Norte, James Brown, David Bowie, The Beatles, The Doors, Cash, Jerry Lee Lewis, Elvis, Prince, ANYONE WITH BALLS! Hahahaha! Pelo menos o bom humor está presente… “qualquer um com culhões”! Na boa, o som do Los Tigres del Norte não tem nada à ver com o som deles... ironia? Com certeza! E a ironia continua com Jerry Lee Lewis, Elvis, Vince Young! Não vi nem um pingo de influência deles! Com certeza o humor está presente! Mas Daft Punk, David Bowie é bem notado em suas batidas... Beatles e Doors talvez sejam influências na psicodelia de suas composições. Mas acredito que ser formos listar algumas influências, sem dúvida citaríamos o já citado Kraftwerk, o New Order, uma pitada de tudo que existe em eletrônico nos anos 80.

Vale à pena ouvir? Sim, vale a pena. Se eles vão se tornar conhecidos, isso eu não sei, embora eles estejam fazendo shows aos montes pelos EUA. É uma novidade pra gente ficar bem atento!

Recomendado!

Links úteis:
http://www.myspace.com/spaceghostobservatory (Pra ouvir o som deles)
http://www.kexp.org (Rádio KEXP)
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=10680077 (Comunidade deles no Orkut)

By Felipe Pipoko

quarta-feira, março 29, 2006

DJ Club, nossa segunda casa. A pista que toca o melhor do rock, todos os sábados, depois das 4:30hs com o Dj Perrotta! Aliás, sabadão é dia de comemorar o aniversário dele! Tudo pelo rock!

Analisando: And You Will Know Us by Trail of Dead - Words Apart

Toda uma série de rótulos espertinhos podem ser empilhados pra tentar descrever o som desses texanos malucos do ...Trail Of Dead: "um Sonic Youth endemoniado". "Um My Bloody Valentine mais machão". "O Nirvana do emo". "O The Who ressuscitado nos anos pós-grunge". "O que o Mogwai seria se tivesse colhões". "Glenn Branca para leigos". "Slint rebelado contra a sonolência". E vai embora...

Mas o duro é que eles, no fundo, não se encaixam direito em nenhum estilo preciso dentro do universo vasto demais do chamado "rock alternativo". E mais: são ambiciosos e "climáticos" demais (PROG, pois não!) para serem hardcore-punk. Não tem suficiente sentimentalismo e letras românticas pra serem EMO de verdade. A barulheira que fazem não é pesada e metida a malvada o bastante para ser METAU (apesar do jeitão de death metal da capa do disco novo). São "difíceis" demais pra cair no novo-rock mainstream de Strokes e Franz Ferdinand. E a violência é demasiada para os ouvidos indie sensíveis demais, acostumados ao Belle & Sebastian e ao Iron & Wine com seus murmúrios e sussuros... O Trail of Dead paira então num vácuo conceitual: nenhum rótulo se prega neles com perfeição, nenhum é capaz de esgotar o som da banda. O mercado, por sua vez, não sabe ao certo o que fazer com eles: apesar de estarem lançando seu segundo álbum por uma grande gravadora (Interscope), ainda estão relegados ao status de banda cult de baixa vendagem.

No passado, os caras chegaram a fazer certa fama pela trilha de guitarras, baixos, baterias, cabos e microfones que mataram sem piedade, todos deixados aos frangalhos nos palcos deste nosso mundo que tiveram a honra de presenciar alguns dos pandemônios deadianos LIVE. Até mesmo remotos municípios caipiras desse nosso Brasil tiveram a honra de receberem shows do TOD (e, segundo relato de um certo são-carlense, foram fodidamente bons). A imprensa mundial concordou em dizer que as performances ao vivo dos garotos estavam entre as mais explosivas já vistas e não faltaram várias comparações feitas entre o Trail of Dead ao vivo com os shows da fase mais enérgica do The Who, aqueles que sempre acabavam com o esmigalhamento dos instrumentos de Pete Townshend, Keith Moon e John Entwhistle num delírio destrutivo que depois muita gente se pôs a imitar... Em estúdio, a banda parece nunca quer conseguido capturar toda a energia dionisíaca que (dizem...) emanava dos palcos, mas cravaram pelo menos um clássico álbum na história da década 00 com o disco anterior, Source Tags and Codes. Enfim, o Trail of Dead, no pós-Nirvana, foi uma das poucas bandas raivosas, malditas, explosivas e catárticas (as outras sendo, talvez, o At The Drive-In e Queens of the Stone Age), que conseguiu preencher a sede de violência da juventude com GUITARRISMOS CATACLÍSMICOS e vocais de rasgar as cordas vocais. E mais: pra delícia dos indies, ficava claro que uma banda com um nome desse tamanho não estava lá muito fim de ser extremamente popular.

Esse Worlds Apart (Interscope Records, importado, 2005), quarto álbum da banda, chega com a difícil missão de tentar atingir altura semelhante a de seu predecessor, o celebrado épico indie-emo-punk-pinkfloydesco (!) Source Tags and Codes, um dos grandes lançamentos de 2002. Numa primeira ouvida, o fracasso parece evidente. Source Tags... era um disco mais excitante, mais enérgico, mais urgente, mais coeso. Tão fudido de bom que promete ficar definitivamente como a obra-prima insuperável da banda. Mas a comparação com o passado não serve apenas para empalidecer a atual fase do Trail of Dead: Worlds Apart mostra sim que a banda está explorando novos horizontes sônicos e indo muito além dos sonic-youthianismos ortodoxos que preenchiam os 2 primeiros discos. O certo é que a banda não estagnou na fórmula VAMOS XEROCAR O SONIC YOUTH E TACAR MAIS SANGUE E MEMBROS DECEPADOS POR CIMA e ousou trilhar novas estradas. Os garotos que copiavam os ídolos se tornaram definitivamente uma banda única que, após ter comido e reprocessado centenas de bandas de guitar rock barulhento, vomita um som que não é paga-pau ou plagiador de nenhuma delas.
A principal novidade é que em nenhum outro álbum do Trail Of Dead o vocal de Conrad Keely está tão destacado, tão límpido, tão audível, tão no primeiro plano, quanto neste Worlds Apart. Este disco mostra que aquela banda que costumava soterrar o vocal debaixo de uma avalanche de barulho e microfonia mudou um pouco. O que, por um lado, serve para destacar um lado mais humano, frágil e falível do vocalista principal, por outro demonstra que sua voz, quando não afundada na barulheira do background, não tem toda aquela potência que se imaginava. Temos por aqui, por exemplo, a primeira verdadeira incursão do Trail of Dead no MODO-BALADA (que, digamos a verdade, já tinha sido flertado pela banda em "How Near How Far" ou "Claire de Lune"), na nostálgica, melancólica e bela "Summer of 91". Keely cantando acompanhado por uma mera pianola nos minutos iniciais é uma experiência surpreendentemente agradável. "Will You Smile Again", por sua vez, traz Keely tentando berrar sobre um fundo minimalista de bateria e baixo, com resultado não tão aprazível, principalmente pois o que precedeu foi um esporro empolgante de guitarronas riffosas e batera galopante, um dos inícios de música mais poderosos de toda a carreira do TOD.

Outra surpresa é que o Trail Of Dead, que nunca foi uma banda exatamente engajada politicamente, faz sua primeira verdadeira tentativa no ramo da CANÇÃO DE PROTESTO com a música título, canção das mais facéis de ser digeridas da carreira da banda. "Worlds Apart", a música, é o Trail of Dead em modo MAINSTREAM, fazendo um retrato cruel da América bushiana. É porrada pra todo lado: as "vagabundas na MTV com seus carros e anéis e essas merdas", os "corpos, estupros e amputados" da BBC ("o que você acha agora do Sonho Americano?"), as mães e pais que educam os filhos na cultura da publicidade e que dormem com a "consciência intacta" etc. O único ponto a objetar é que esse ataque de adolescência rebelde me pareceu soar um tanto artifical e forçado saído da boca de caras que já passaram bem dos 25 de idade. Como adultos se fingindo se sentir tão raivosos quanto eram aos 16 anos de idade. Mas melhor uma rebeldia forçada do que um conformismo espontâneo...

Alguns dos momentos mais poderosos e inspirados da carreira do Trail of Dead se encontram aqui. "Caterwaul", única música que conta com os vocais principais do baterista Jason Reece, reúne tudo o que a banda tem de mais adorável: uma massa sonora vigorosa e violenta, um refrão berrado e tesudo, a união harmoniosa de uma wall of sound violenta com a ternura de um piano melancólico, uma mudança de andamento muito bem feita. Se bem que nunca atingindo o grau de FODICE de "Caterwaul", outras músicas estão entre as melhores coisas que se produz hoje em termos de GUITAR ROCK SANGRENTO E COM PEGADA: "Rest Will Follow" e "Classic Art Showcase" são as melhores dentre elas.

O que preocupa nesse novo Trail of Dead é a ENCHEÇÃO de LINGUIÇA. As VINHETAS em Source Tags até que soavam como partes necessárias para o bem do TODO, como pontes que conduziam docemente de música a música, mas em Worlds Apart soam mais como coisa para preencher o tempo do que artifícios para a criação de um álbum mais COESO. Duas vinhetas são praticamente música clássica ("Ode To Isis" e "Russia My Homeland"), e, por melhores que sejam em si, soam um tanto fora de contexto dentro de um disco tão barulhento quanto este. Momentos atmosféricos (como os de "Let It Dive") soam desnecessários e arrastam a música para cinco minutos de duração quando uns três e meio estariam bons demais. Além disso, o ábum é preenchido com vários barulhos estranhos (trompetes sonolentos, abutres grasnantes, criancinhas brincando e rindo, mulheres histéricas berrando de pavor, coraizinhos dos mais diversos....), que não são exatamente significativos. Certamente que o Trail of Dead se tornou um banda competentíssima em criar uns CLIMÕES SÔNICOS com a maestria dum PINK FLOYD, mas os sons que usam não parecem ser pensados com a intenção de comunicar algo.
As ambições poéticas, por sua vez, que sempre foram explícitas na banda (que chegou mesmo a nomear como "Baudelaire" uma das suas melhores canções e estampar uma fotinha de Rimbaud na contra-capa do disco anterior), atingem em certos momentos uns graus preocupantes de PARNASIANISMO (versos como "voice-overs rise like minarets then fall diatonically", em "A Classic Arts Showcase", soam pretensiosos e vazios...). Em todo canto se vê a banda tentando soar como um grupo de poetas malditos declamando sob um fundo musical sombrio e dilacerante. "Você poderia fingir que o papel é sua alma e que teu sangue está na caneta / Então talvez você veria a luz / E leria a verdade que precisou escrever", sugere a letra de "Will You Smile Again". O que em momentos soa como uma deliciosa poesia musicada que paga tributo a Baudelaire, Genet, Allen Ginsberg e outros poetas do Mal, outras vezes acaba soando pomposo, hermético, forçado. A poesia trail-of-deadiana também passa por seus altos e baixos nesse disco oscilante...

E outra coisa a objetar: acho que não há disco do Trail of Dead que seja mais HETEROGÊNEO que este. Pode-se até dizer que a homogeneidade de um Madonna acabava por vezes por parecer falta de ousadia e excesso de apego ao estilo-Sonic-Youth de fazer rock. Worlds Apart ao menos ousa explorar novas sonoridades e novos caminhos, merecendo até o título de disco mais AVENTUREIRO da banda. Mas acaba, em última análise, soando um tanto incoerente. O Trail of Dead parece não se decidir: querem se tornar heróis cult, uma banda maldita, amaldiçoada pelo mercado, interpretada pelos semioticistas da crítica musical, ídolos dos Ouvidos de Elite? Ou querem ser uma banda de massa, uma organização de rock and roll apocalíptico e vulcânico que mira nos ouvidos de multidões? É essa constante oscilação entre, de um lado, a pretensão mais prog e mais baudelairesca, e, de outro, a barulheira mais orangotangamente punk que faz Worlds Apart parecer como um disco de um grupo de jovens um tanto indecisos quantos aos caminhos que querem seguir. O dilema se reduz ao seguinte: a ambição ou a visceralidade? O futuro é incerto. Worlds Apart pode ter sido tanto o primeiro passo do Trail of Dead em direção ao abismo e a desintegração, ou um pit-stop que aponta para um novo Trail of Dead, mais variado, mais exploratório, a vir num futuro que prossegue promissor.

by Limão Covizze

Analisando: Built to Spill - You in Reverse (Novo Álbum)

Depois de cinco anos, o Built to Spill lança novo álbum! Sim, é o “You in Reverse”, que tem previsão de lançamento pela Warner no Brasil para o meio de abril (dia 11?). Algumas novidades são notadas nas novas músicas, que têm sons mais trabalhados (se compararmos com os últimos discos Keep it Like a Secret e Ancient Melodies Of The Future). As guitarras estão mais fortes e mais evidentes que nunca!

FAIXA por FAIXA

Na primeira música do álbum, “Going Against your Mind”, você nota os solos de guitarra (um trecho de mais de um minuto e meio), a bateria constante... solos bem trabalhados. A arte de tocar uma guitarra é explícita nessa canção. Finalizando: um riff “impregnante”!

A segunda faixa “Traces” se trata de algo mais calmo, sem muitas novidades. Tem um trecho de guitarras entre 3:26 até o 4:14 que empolgam. Trata-se de uma ótima composição.

Sabe aquela bateria que te atrai pra música? Batidas simples, acompanhadas de um baixo perfeito (não tem como não notar o baixo) fazem da terceira faixa Liar, uma música agradável. A guitarra suave completa a perfeição dessa faixa. Perfeita!

Em “Saturday”, guitarra e bateria começam numa ótima parceria. E continuam assim durante grande parte da música. Sem muito brilhantismo. Ah! É a faixa mais curta do álbum.

Porra! O começo de Wherever you Go é foda! Guitarra pegando fogo, mostrando a evolução da banda nesse quesito. A música só começa à ser cantada ao 1 minuto e 38 segundos! Mas você nem nota... a guitarra te faz viajar de fato! Acredito que a parte da guitarra está sendo muito bem influenciada pelo guitarrista Jim Roth (que participa desse álbum e tem acompanhado a banda nas últimas turnês). Costumo sempre atentar para o baixo nas músicas, mas a guitarra nesse disco atrai sua atenção... só pra ela! Posso dizer seguramente que esta faixa é o destaque do álbum!

Começando com uma guitarra gritante, Conventional Wisdom cumpre o que promete no começo. Mantém uma agitação durante toda a música. Atente pra guitarra à partir do trecho 2:22 até os 3:00, quando a guitarra muda, não pra pior! Muito foda! Um verdadeiro tributo ao inventor da guitarra! Hahahahaha! Aos 4:05, uma virada de bateria muda novamente os rumos da guitarra... emocionante! Aos 5:30, começa uma mistura de guitarras... nada complexa, fechando com chave de ouro essa faixa!

“Gone”, a sétima faixa do álbum, não foge às características da banda, que deixa o Built to Spill incomparável. Atenção pro trecho 3:10: a música toma um rumo inesperado! Um sucesso! O teclado se faz evidente. Falando em teclado, o tecladista Quasi's Sam Coomes participa nesse álbum como o guitarrista Jim Roth, há pouco mencionado. Quasi’s também tem acompanhado a banda nas turnês. Voltando à faixa, pra finalizar, o órgão perfeito.

Baterias fortes e guitarra bem trabalhada iniciam a faixa “Back to your Fun”. Preste atenção que o vocal é muito bem acompanhado pela guitarra. Não tem como não mexer os pés pra acompanhar a bateria. Como no álbum inteiro, guitarra bem tocada em solos rasgados, marcam essa faixa. À partir do 3:27 você nota uma mudança drástica no ritmo da música. Notem que o som dessa faixa se diferencia dos anteriores, algo parecido com ska!

Faixa mais calma do álbum, agrega vocal suave e guitarras bem elaboradas, depois de tanta agitação, “Just a Habit” foi colocada estrategicamente no fim do álbum pra fazer a gente relaxar. Só pode ser isso! Parece até fim de balada! Hahahaha! Solo de guitarra cheio de efeitos é o destaque da faixa.

A décima e última faixa nos deixa aquela frustração por serem apenas dez faixas. “The Wait” começa suave, com violão, baixo e bateria. Calma e tranqüilizante, tem um nome bem sugestivo: “A Espera”. Sim, estamos à espera de mais um álbum do Built to Spill! Ele nem foi lançado e já queremos mais! Fechou o álbum com chave de ouro!

Olha a lista de faixas do álbum:

01 - going against your mind
02 - traces
03 - liar
04 - saturday
05 - wherever you go
06 - conventional wisdom
07 - gone
08 - back to your fun
09 - just a habit
10 - the wait

NOTA FINAL: 10

Obs.: Maldito seja Mike Jones, o rapper que colocou o sample no meio das músicas que baixei! Na comunidade do Orkut, todo mundo está reclamando! Foi um prazer analisar esse disco, mas foi uma tarefa dura ouvir “WHO IS MY TOWN ou DOWN” em todas as músicas, diversas vezes. Que merda! Mas calma! No CD não tem nada disso! hahahahaha

by Felipe Pipoko
Pra quem não conhece, esse é o Belle and Sebastian

Belle and Sebastian - Análise Geral

A história de Belle & Sebastian já é mais do que conhecida e muito manjada...afinal de contas há alguns anos atrás era a banda do momento.

O B&S tem uma certa diferenciação das demais bandas indies dos anos 90, ela segue o chamado estilo TWEE que não agrada muitas pessoas que desfrutam desse mundinho alternativo moderninho.

Love Songs com uma marcação muito forte e um estilo simplicista acabam que por fazer dela uma banda "fofinha" e "agradável".Eu a descobri sem querer ouvindo um álbum que nem faz tanto o estilo B&S de ser,mas de repente uma música foi passando... e outra e mais outra... aí ficou difícil não gostar.

O estilo simples e algumas atitudes fazem com que todas as pessoas se apaixonem por eles. Houve uma vez em que eles tocaram no BRIXTON ACADEMY em Londres e ao final do show convidou os presentes a participar de um piquinique no Hyde Park no dia seguinte.
E não é que eles foram mesmo! Umas pessoas apaeceram. A banda chegou (todo mundo menos a Isobel, pra variar) sem comida nenhuma! A idéia era organizar uma partida de futebol tipo "Fãs X Banda". Segundo alguns presentes Stuart Murdoch joga muito bem, o resto é perna de pau... hahahahaha

O melhor acabou vindo depois de descobri a paixão deles pelos brasileiros e por nossa MPB. Na voz deles as coisas soam tão melhores... rs! O último atrevimento desta "escocesada" toda foi regravar o sucesso da cantora Evinha "Casaco Marron" que já está disponível na Radio UOL(www.uol.com/radio) para ser ouvido. Eles se encantam com o Brasil... dizem que nunca imaginariam estar aqui e que tudo aqui é muito lindo... etc... etc... Em seu DVD de estréia oficial eles fizeram diversas referencias ao Brasil em cenas e músicas... até uma entrevista no programa do Jô está incluso no Dvd.

Enfim é uma banda que reserva muitas boas surpresas e eu recomendo.

by Zafa Pimentel

Intro

É, estive pensando na diversidade de músicas no nosso mundo. Não confunda o significado da palavra "mundo". Quando digo mundo, logo quero dizer "mundo indie-rock". Bandas e mais bandas nasceram, deixaram seu legado entre nós com sons incomparáveis e depois de um tempo, sumiram. Outras permanecem. Continuam fazendo sons perfeitos, com suas guitarras, baixos, baterias, e instrumentos inusitados (como é o caso do Belle and Sebastian). O mundo indie-rock relamente é muito amplo, se o rock é Júpiter, acredito que o Indie Rock seria uma espécie de Urano. Todos os dias nasce uma banda que se denomina "indie"... os "Old School" ortodoxos vêem com desconfiança muitos desses surgimentos. E é por isso que esse blog foi feito. Pra conhecermos novas bandas, analisarmos cada uma e tirar uma conclusão. Muitos convidados darão sua opinião, DJs, "tiozões" do Indie, leigos (opiniões indispensáveis) e etc. Sinta-se à vontade para comentar e participar desse blog. Afinal, se você ama indie-rock, você está em casa!

Valeu pela visita!!


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