segunda-feira, agosto 07, 2006

Superdrag: um dos pilares do nosso rock atual (Lemon Covizze)

Definir o som do Superdrag? Nada fácil, com influências tão diversas. Agregando elementos de bandas dos anos 60 como o pop dos Beatles e do Big Star, a psicodelia do The Zombies, aliado a guitarreira do My Bloody Valentine e a veia punk do Hüsker Dü e dos Replacements , o Superdrag conseguiu uma mistura única e variada, que vai desde as melodias pop agradáveis , passando por guitarras gritando e baladas introspectivas.
A banda seguiu tocando ao vivo pelos arredores de Knoxville, sua cidade natal e em 1995 lançou o lendário EP "The Fabulous 8 Track Sounds of Superdrag", pela gravadora Darla Records. O EP obteve excelente repercussão com a crítica, o que deu origem a um leilão de grandes gravadoras para assinar com o Superdrag, que optou pela Elektra Records, que nessa época caçou bandas do cenário alternativo para suprir a falta do Nirvana.

O álbum de estréia da banda, "Regretfully Yours", foi lançado em 1996. Obteve boas críticas e ainda trazia um single sério candidato a hit, a belíssima "Sucked Out". Em pouco tempo, a banda conseguiu destaque na MTV e nas rádios com "Sucked Out" e o disco atingiu 300mil cópias vendidas. No entanto, o segundo single, "Destination Ursa Major" não repetiu a performance do anterior, freando a trajetória do álbum "Regretfully Yours" no mainstream. O Superdrag embarcou numa extensa turnê, tocando mais de uma centena de shows, que ganhavam popularidade aos poucos, embora as novas músicas apresentadas pela banda durante as apresentações causavam uma certa estranheza. Enquanto o pop fácil de "Regretfully Yours" se tornava a marca da banda (evidenciado pelo ensolarado single "Sucked Out"), as novas canções (boa parte delas baseadas em piano) eram mais sofisticadas e obscuras.

O difícil segundo álbum, lançado em março de 1998, "Head Trip in Every Key" é bem mais ousado que o disco anterior, com trechos orquestrados, instrumentos requintados e tempos variados. Davis incorporou ao som do Superdrag, além do piano, o theremin e a cítara. Em uma das músicas, "Schuck & Jive", que apresenta elementos dissidentes dos Beach Boys, Davis canta sozinho harmonias de cinco vozes.

Embora o disco tenha recebido críticas melhores do que em sua estréia, a gravadora Elektra já não estava entusiasmada com o Superdrag, empenhando praticamente nenhum esforço na promoção do disco. Até mesmo o orçamento para o videoclip de "Do The Vampire" não foi aprovado, com a gravadora optando utilizar a verba para um video de uma banda techno, considerada mais comercial. Sem um single tocando nas rádios e MTV, o disco sumiu das paradas rapidamente, assim como ficou difícil agendar shows.
Agora você que esta lendo isso talvez esteja se perguntando, como uma banda desse peso pode ser considerada uma banda de 'one hit wonder'?

Com a falta de apoio da gravadora, o Superdrag coloca no mercado de forma independente a coletânea "Stereo 360 Sound", que reúne as demos dos primórdios de sua carreira, os b-sides dos singles e sobras de estúdio. De certa forma, "Stereo 360 Sound" renovou o ânimo do grupo, que retornou ao estúdio para gravar seu terceiro disco. No entanto, as pressões intermináveis para que a banda gravasse "hits" fez com que o Superdrag rompesse definitivamente com a Elektra. Frustrado com a situação, o baixista John Pappas abandona o Superdrag se dedicar ao Flesh Vehicle, projeto-paralelo que ele já havia montado há algum tempo.

Sem perder tempo, o Superdrag chama o baixista Sam Powers, que tocava na banda Who Hit John, de Nashville, para integrar o grupo. Em 1999, a banda abre o seu próprio estúdio, Knoxvegas, e inicia os trabalhos no seu terceiro álbum. "In The Valley of Dying Stars", que combina elementos dos dois primeiros álbuns, a energia de Regretfully Yours e os arranjos mais elaborados de "Head Trip in Every Key". O disco passou longe do grande público, mas foi bem recebido pelo circuito alternativo, onde parece ser o destino definitivo do Superdrag. O álbum foi lançado em 2000 pela Arena Rock Recording Company, recém-inaugurada gravadora independente de Nova York.

No ano seguinte, a banda lança um EP no Japão, contendo cinco novas canções e cinco regravações, incluindo aí covers para Kinks e Replacements. O álbum, chamado "Greetings from Tennessee", saiu pelo selo que lançou "In The Valley of Dying Stars" em território japonês, e foi gravado parte em Tóquio, e parte no estúdio da banda, em Knoxville.

Desse mesmo EP são aproveitadas três musicas Take Your Spectre Away / The Emotional Kind / I Guess It's American, que se juntam com mais três canções da banda The Anniversary, saindo assim um EP The Anniversary / Superdrag Split Vagrant Records em Novembro de 2001.
Em 2002, é lançado "Last Call For Vitriol", também pela Arena Rock, seguido de extensa turnê. Mais um sólido trabalho que consolida a atual posição do Superdrag, onde as trapalhadas de gravadoras grandes ficaram definitivamente para trás.

Agora chegamos ao fim da turnê o que vamos fazer? Vamos cada um tocar seus projetos e continuar a sermos bons amigos e fazer churrascos... E foi assim que cada um seguiu seu caminho, John Davis está com seu projeto solo onde canta musicas gospel e lindas canções de amor, Don Coffey, Jr montou seu próprio selo Independent Recorders em Knoxville, Brandon Fisher está feliz com sua família o mesmo serve para Sam Powers, é triste o fim? É, mas nunca eles afirmaram um fim, nos resta esperar a volta! E eu torço os dedinhos todo dia para isso.

by Lemon Covizze (contato: covizze@hotmail.com)

Que tal dar uma olhadinha no clipe do hit "Sucked Out"? Esse clipe é foda!

2 comentários:

Anônimo disse...

isso me faz lembrar uma entrevista que o seaweed deu à mtv brasil qdo esteve aqui, explicando porque estavam curtindo lançar um disco pela MERGE (gravadora do superchunk), aonde o Aaron fala que só uma banda sabe como uma banda trabalha e não pensa somente no business e na grana, ou em hits...

Anônimo disse...

Eu não conheço muito o Superdrag, mas vou pegar umas músicas.